Trump será julgado por estupro

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Foto: Getty Images/AFP

O ex-presidente americano Donald Trump vai a julgamento nesta terça-feira, 25, devido a uma ação civil na qual a escritora E. Jean Carroll o acusa de estuprá-la no camarim de uma loja de departamentos em meados da década de 1990. O tribunal federal de Manhattan também deve começar a seleção do júri nesta terça. Ex-colunista da revista Elle, Carroll incluiu ainda uma acusação de difamação no caso, depois que Trump declarou que ela estava mentindo sobre o caso por publicidade. Trump, 76, negou ter estuprado Carroll, 79. Em uma postagem nas redes sociais em outubro do ano passado, chamou a reivindicação dela de “farsa” e “fraude completa”, alegando que a escritora inventou o encontro para promover uma autobiografia recém-lançada e declarando, cinicamente, que ela “não era meu tipo!”

Trump não é obrigado a comparecer ao julgamento. Seus advogados, como previsto, disseram que ele não deve estar presente, citando a probabilidade de problemas de segurança e atrasos no trânsito. Os advogados de Carroll disseram que não planejam convocar Trump ao banco de testemunhas. Se Trump testemunhasse, provavelmente enfrentaria um interrogatório agressivo. Sempre que pôde, Trump atacou Carroll nas redes e em entrevistas desde que ela o acusou de estupro publicamente em 2019. O ex-presidente alegou que a escritora teria “problemas mentais”. Lewis Kaplan, o juiz distrital dos Estados Unidos que supervisiona o caso, decidiu que os jurados devem permanecer anônimos, incluindo aos advogados, para protegê-los de possíveis assédios por apoiadores de Trump. O julgamento deve durar de uma a duas semanas – apenas um dos muitos processos e investigações que rondam o candidato republicano à eleição presidencial de 2024.

Isso inclui as acusações criminais do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, por pagamentos clandestinos a uma atriz pornô. Após ser detido e comparecer ao tribunal em Nova York, Trump se declarou inocente neste caso. O ex-presidente também é acusado de fraude civil pela procuradora-geral de Nova York, Letitia James, em relação à sua empresa Trump Organization. Ele enfrenta, ainda, investigações criminais sobre interferência nas eleições presidenciais de 2020 no estado da Geórgia, bem como outro caso que envolve documentos confidenciais do governo encontrados em sua residência em Mar-a-Lago, além de investigações sobre seu papel no ataque de trumpistas ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021. Em todos esses casos, Trump negou irregularidades. A acusação de Carroll A escritora disse que seu encontro com Trump na loja de departamentos Bergdorf Goodman ocorreu no final de 1995 ou início de 1996. Segundo seu relato, o empresário bilionário a reconheceu, chamando-a de “aquela moça que dá conselhos” e pediu ajuda para comprar um presente para outra mulher. Carroll disse que Trump a levou até um camarim, onde fechou a porta, forçou-a contra a parede, abaixou sua meia-calça e a penetrou. Ela disse que se libertou depois de dois a três minutos.

Os advogados do ex-presidente podem tentar minar a credibilidade de Carroll, observando que ela não chamou a polícia e permaneceu em silêncio por mais de duas décadas. Também podem contestar sua memória, já que não lembra a data exata do suposto ataque. À revista New York, em uma entrevista em 2019, a então colunista da Elle disse que demorou para revelar o caso porque temia a humilhação pública, as possíveis ameaças de morte e “ser arrastada na lama”, mas o movimento #MeToo inspirou sua denúncia. Segundo ela, na época do alegado estupro, ela contou a história a duas amigas. Ambas, a autora Lisa Birnbach e a ex-âncora Carol Martin, devem testemunhar no tribunal. A lista de testemunhas de Carroll também inclui duas outras mulheres que acusaram Trump de má conduta sexual – o que ele nega.

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