Ex-presidente da Petrobras desqualifica redução dos combustíveis

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Foto: Adriano Machado/Reuters

O anúncio do fim da paridade de preços da gasolina e do diesel com o mercado internacional feito pela Petrobras ontem (16) é “uma grande mentira e não muda nada” na avaliação de um ex-presidente da estatal, o general Joaquim Silva e Luna. Segundo o general, o PPI (preço de paridade de importação) não era exatamente a política que definia os preços dos combustíveis. “Era apenas uma das referências.”

Silva e Luna destaca que a estatal leva em consideração a tendência do mercado de petróleo, a situação do abastecimento e a importação. Na avaliação dele, o governo aproveitou um momento positivo dos preços internacionais e da queda do dólar para fazer o anúncio e tentar capitalizar ganhos políticos. “Há uma conjuntura de preços conspirando a favor do governo, mas a redução anunciada ontem pela Petrobras já era aguardada havia pelo menos uma semana”, afirmou Silva e Luna. O presidente Lula comemorou a medida ontem nas redes sociais e disse que estava cumprindo a promessa de “abrasileirar” os preços dos combustíveis. “É puro discurso do governo. Há diversas variáveis na composição do preço e a PPI era uma dessas referências. Petróleo é uma commodity e, é bom lembrar, o Brasil não é autossuficiente”, reforçou.

Para o general –que comandou a Petrobras de abril de 2021 a março de 2022, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro— , caso o governo Lula passe a interferir de forma mais pesada para manter um patamar supostamente artificial nos preços, há um risco de desabastecimento. “Redução de preços tem que ser avaliada de forma cautelosa e conforme a conjuntura. Não somos autossuficientes. Além do risco de desabastecimento, há o receio de que a Petrobras passe a importar mais caro e vender mais barato, o que vai acabar dando prejuízos e processos”, afirmou o general. A gestão de Silva e Luna à frente da Petrobras foi marcada pela disparada de 32% no preço da gasolina e de 56% no do diesel, por pressões de críticos e de dentro do próprio governo Jair Bolsonaro (PL) para alterar a política de preços e por lucro recorde em 2021.

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