Petrobras começa a explorar foz do Amazonas em 6 meses

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Foto: Mauro Pimentel/AFP

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tranquilizou seus interlocutores no conselho de administração da companhia sobre a queda-de-braço com o Ibama e garantiu que a exploração de petróleo na Foz do Amazonas será realizada.

Segundo esses conselheiros ouviram do próprio Prates, nos últimos dias, a perfuração “vai sair”. Para isso, a principal estratégia da companhia será dar um tempo e “tirar a pressão” sobre o Ibama para que o assunto “saia de pauta”, enquanto responde aos questionamentos do instituto sobre a perfuração de um poço na região chamada de Bacia da Foz do Amazonas.

Toda a área está localizada na margem equatorial brasileira – que vai do litoral do Amapá ao litoral do Rio Grande do Norte. O poço que a Petrobras quer perfurar fica em alto mar, a 175 km da costa do Amapá e a 500 km da Foz do Rio Amazonas.

No último dia 17, o Ibama negou pela segunda vez a licença para perfuração do poço, desencadeando uma batalha interna no governo e com políticos da base aliada.

O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, disse que a decisão é um “absurdo” e que o parecer deveria ser revisto. O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso e que fazia parte do mesmo partido de Marina Silva, a Rede, deixou a legenda por discordar da decisão.

No último dia 23, a Casa Civil realizou uma reunião no Palácio do Planalto com a presença de Marina, Silveira, Jean Paul Prates e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.

Na saída, a ministra do Meio Ambiente defendeu o Ibama. “É uma decisão técnica e a decisão técnica em um governo republicano, em um governo democrático, ela é cumprida e é respeitada com base em evidência”.

Depois disso, ministros com gabinete no Palácio do Planalto passaram a dizer que a ordem de Lula era encontrar uma forma de fazer com que a exploração fosse liberada sem desautorizar o Ibama.

De acordo com o que Prates disse aos colegas de conselho, a ideia é “responder tudo até deixar o Ibama sem argumentos”, porque “chega uma hora em que não tem como negar”.

Na semana passada, Marina Silva chegou a dizer que seriam necessários pelo menos dois anos para a conclusão de um novo processo de licenciamento.

Mas na estimativa do próprio Prates, o tempo necessário para “tirar a pressão” e liberar a perfuração do poço é de cerca de seis meses.

Das duas uma: ou tem alguém otimista demais na Petrobras, ou está faltando informação sobre os desejos de Lula para alguns de seus ministros.

O Globo