Biden acredita nas ameaças nucleares de Putin

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Foto: Andrew Caballero/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na noite da segunda-feira, 19, que a ameaça do presidente russo, Vladimir Putin, de usar armas nucleares táticas é “real”. O chefe da Casa Branca já havia condenado a implantação de armas atômicas da Rússia na vizinha Belarus. No sábado 17, o presidente americano acusou Putin de ser de “absolutamente irresponsável”, após Moscou anunciar que havia enviado suas primeiras armas nucleares táticas para Minsk. “Quando eu estava aqui, cerca de dois anos atrás, dizendo que me preocupava com o rio Colorado secando, todo mundo olhou para mim como se eu fosse louco”, disse Biden durante um evento de campanha na Califórnia. “Olharam para mim como quando eu disse que me preocupo com Putin usando armas nucleares táticas. [A ameaça] é real”, completou.

Na semana passada, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse que seu país começou a receber armas nucleares táticas russas, algumas das quais ele alegou serem três vezes mais poderosas do que as bombas atômicas que os Estados Unidos lançaram sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945. Este seria o primeiro uso russo de tais ogivas – armas nucleares de curto alcance e menos poderosas, que poderiam ser usadas no campo de batalha – fora de seu território desde a queda da União Soviética. Ataques aéreos em massa Nesta terça-feira, 20, a Rússia atacou alvos militares e de infraestrutura em toda a Ucrânia, inclusive na capital Kiev e na cidade de Lviv, no leste do país, disseram autoridades ucranianas. A Ucrânia disse que abateu 32 dos 35 drones Shahed, de fabricação iraniana, que foram lançados da região russa de Bryansk e do Mar de Azov. No entanto, o governador da região onde fica Lviv, Maksym Kozytskiy, disse que uma “instalação extremamente importante” foi atingida, longe das linhas de frente e a cerca de 70 km da fronteira com a Polônia. O país é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Não houve registros de mortes nos ataques aéreos noturnos, os últimos realizados por Moscou desde que Kiev iniciou uma contraofensiva na qual diz ter reconquistado 113 quilômetros quadrados de território das forças russas.

A Força Aérea ucraniana disse no seu canal do aplicativo de mensagens Telegram que as defesas aéreas entraram em ação na maioria das regiões da Ucrânia, mas que o principal alvo dos drones iranianos foi a região de Kiev. “Mais de duas dúzias de Shaheds foram destruídos aqui”, afirmou em comunicado. O gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que os drones atacaram a região de Kiev em várias ondas, deixando o alerta aéreo ligado por mais de quatro horas. Vários prédios comerciais e administrativos e algumas residências foram danificadas.

O Ministério da Energia disse que os destroços da queda de drones danificaram as linhas de eletricidade em Kiev e também na região de Mykolaiv, no sul do país, cortando a energia de centenas de pessoas. O porta-voz da Força Aérea, Yuriy Ihnat, afirmou em uma entrevista de rádio que os sistemas de defesa aérea não tinham capacidade para cobrir todo um país tão grande quanto a Ucrânia. Ihnat acrescentou que a Rússia também atingiu a cidade industrial de Zaporizhzhia, no sudeste do país, com mísseis Iskander e S-300. O chefe da administração militar da região de Zaporizhzhia, Yuriy Malashko, disse que a Rússia mirava em infraestruturas de telecomunicações e propriedades agrícolas.

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