Bolsonarista do BC diz que reforma tributária fará PIB crescer

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estimou a parlamentares que a aprovação da reforma tributária causará um aumento imediato de 1% a 1,5% do PIB logo no ano seguinte à aprovação porque o mercado vai antecipar os ganhos da reforma e promover investimentos, mesmo que a simplificação só entre em vigor dois ou três anos depois para os impostos federais e apenas a partir de 2029 para o ICMS e ISS, relataram fontes ao Valor. Procurado, o BC não respondeu.

Esse número entrou na rodada de conversas entre os deputados para convencê-los a aprovar o projeto. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), farão uma maratona de reuniões a partir desta sexta-feira para ajustar os pontos necessários para tentar aprovar a proposta na próxima semana em plenário. Está cogitado até o cancelamento das comissões à tarde para dedicar total atenção ao texto.

A percepção dos negociadores da reforma é de que a aprovação na Câmara obrigará o Senado a analisá-la no segundo semestre. Mesmo que os senadores sejam mais suscetíveis à pressão dos governadores e Estados, que continuam muito contrariados com a proposta, a avaliação dos deputados é de que os senadores não poderão “sentar em cima” de um tema tão relevante se já tiver passado pela primeira etapa, que é a votação na Câmara.

O texto, acreditam os deputados, é diferente da reforma do imposto de renda, que visava atender um compromisso eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de elevar a faixa de isenção do imposto de renda, mas não era considerada essencial para o desenvolvimento do país. Na época, não houve grandes objeções quando o Senado decidiu paralisar a proposta aprovada pela Câmara (em parte, também pela percepção de que ela criava novas distorções).

Além disso, por se tratar de uma proposta de emenda constitucional (PEC), as modificações feitas pelos senadores na reforma dos impostos sobre consumo terão que ser levadas em conta pela Câmara, já que a PEC só será promulgada se houver consenso entre as duas Casas.

Valor Econômico