Conheça o gabinete de Zanin no STF

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Foto: Mariana Muniz/Agência O Globo

Um gabinete de mais de 350 metros quadrados localizado no quinto andar de um dos três anexos do Supremo Tribunal Federal (STF) está vazio à espera do próximo ministro que irá ocupá-lo. E se tudo ocorrer como previsto na próxima quarta-feira, será o advogado Cristiano Zanin quem terá o nome gravado numa das placas que indicam os ocupantes das salas da Corte. Enquanto o letreiro metálico está em branco, dentro dos aposentos o próximo magistrado já é aguardado.

— Aqui vai ser o gabinete do ministro Zanin — respondeu uma das poucas funcionárias da recepção a um questionamento do GLOBO.

Zanin foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 1º para ocupar a vaga aberta no Supremo com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, que atuou no cargo por 17 anos. O futuro ministro, embora herde o acervo de seu antecessor, nesse caso, não ficará com a mesma sala.

O antigo gabinete de Lewandowski foi para Alexandre de Moraes, que pediu à presidente do STF, ministra Rosa Weber, para fazer a troca. O motivo foi a proximidade da sala com o plenário da Primeira Turma, colegiado do qual Moraes faz parte. Assim, é o espaço até pouco tempo atrás ocupado pelo relator dos inquéritos mais polêmicos da Corte que será destinado a Zanin, caso ele passe pela sabatina no Senado na quarta-feira.

A instalação passou por obras pontuais, como pintura de paredes e troca dos carpetes que cobrem todos os cômodos do prédio. Todas as intervenções, consideradas de pequeno porte, são pagas por um contrato já vigente no tribunal e não representam despesas extraordinárias. Como decoração, há apenas uma planta costela-de-adão e uma placa com a “missão do STF”, presente em todos os outros gabinetes.

O novo ministro será vizinho de corredor de André Mendonça, o último magistrado a ser nomeado, e de Rosa Weber, que mesmo na presidência mantém o seu antigo gabinete. Com a iminente aposentadoria da ministra, em outubro, o andar em breve acomodará os “novatos” da Corte.

O gabinete do próximo indicado de Lula terá seis servidores do Supremo e mais 30 outros integrantes que podem ser de fora do tribunal. Essa composição, no entanto, só deve ocorrer após a posse, prevista para agosto.

A confecção da toga do futuro ministro já está prevista no orçamento do Supremo, que precisou fazer um contrato emergencial para as roupas diante dos estragos que foram causados às peças pelos ataques golpistas de 8 de janeiro. Quando entraram no plenário, vândalos abriram os armários — localizados em uma sala contígua ao local onde os julgamentos ocorrem — e queimaram ou até fugiram com a vestimenta. A toga será feita sob medida, assim como a toga especial, usada nas ocasiões de gala, como posses e solenidades.

A provável chegada de Zanin já provocou uma dança das cadeiras no plenário. Por ser o ministro mais novo na Corte, sentará onde estava Mendonça. Isso porque a posição obedece ao critério de antiguidade. Os juízes com mais tempo no STF ficam mais próximos do presidente do tribunal. Cármen Lúcia, que antes sentava ao lado de Gilmar Mendes, decano da Corte, passou a sentar onde ficava Lewandowski. O novo ministro ficará à esquerda da presidente e será vizinho de Nunes Marques, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Globo