Desculpa de Lira para poupar bolsonaristas não cola

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Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Este blog tem noticiado há algum tempo o proceder da Mesa da Câmara, leia-se Arthur Lira (PP-AL), em protelar o envio de representações do PSol contra deputados bolsonaristas acusados de apoio aos atos terroristas de 8 de janeiro ao Conselho de Ética.

Somente agora, após a controversa abertura de ações contra seis deputadas da esquerda naquele colegiado, Lira decidiu se explicar, e após cobrança da deputada Fernanda Melchionna (PSol-RS) em um dos microfones do plenário.

A parlamentar o interpelou com o argumento de que essas ações contra os quatro bolsonaristas – Silvia Waiãpi (PL-AP), Clarissa Tércio (PP-PE), Abilio Brunini (PL-MT) e André Fernandes (PL-CE) – estão parados a quase 150 dias na Mesa e que há “vasta comprovação em desfavor desses deputados, há documentação em redes sociais mostrando a apologia ao ato golpista de 8 de janeiro e menosprezando o nível de destruição causado por aquele ato”.

De forma sucinta e inconvincente, Lira disse que todas as representações relativas a fatos ocorridos na Câmara foram imediata e indistintamente encaminhadas ao conselho e que as que não foram – caso dos bolsonaristas – “tratam de atos praticados em rede social. Estão necessitando de maior análise. O critério independe de partido e de representado”.

Lira, assim, usa dois pesos e duas medidas. As seis ações do PL contra as parlamentares se apegaram ao que elas publicaram em suas redes contra a tramitação do marco temporal para demarcação de terras indígenas. É só olhar as representações e atestar que o partido de Jair Bolsonaro anexou postagens das parlamentares.

Mas o critério não valeu para os bolsonaristas acusados de apologia aos atos terroristas.

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