Entidade bicho-papão de esquerda se reúne enquanto Bolsonaro afunda
Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta quinta-feira (29/6), do 26º encontro do Foro de São Paulo, organização que reúne diversos partidos políticos de esquerda da América Latina e do Caribe. A participação de Lula no evento está prevista para as 19h.
Com o tema “Integração regional para avançar na soberania latino-americana e caribenha”, a edição será realizada até 2 de julho, em Brasília. Será a primeira vez que o evento volta a ser realizado desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020.
Entre os temas a serem discutidos estão:
a integração de países da América Latina;
situação da política brasileira;
redes sociais e fake news; e
anti-imperalismo.
Criado na década de 1990, o Foro de São Paulo é composto por 123 partidos de 27 países. O presidente Lula foi um dos fundadores do grupo.
A primeira reunião do foro ocorreu em julho de 1990, após a derrubada do Muro de Berlim. Na ocasião, partidos e organizações de esquerda de diversos países se reiniram em São Paulo para discutir o posicionamento da esquerda no mundo.
Políticos ligados à direita argumentam que o Foro de São Paulo reúne movimentos que fazem apologia a ditaduras de esquerda. A esquerda, porém, trata o movimento como uma reunião de partidos de correntes democráticas da esquerda.
O encontro do Foro de São Paulo acontece no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomará o julgamento de ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão de uma reunião que fez com embaixadores estrangeiros, em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada.
Na ocasião, ele difamou sem provas as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro. A reunião foi transmitida pelo canal oficial da TV Brasil.
O relator do caso, o ministro Benedito Gonçalves, votou pela inelegibilidade de Bolsonaro. Em seu voto, ele disse que não é possível fechar os olhos para mentiras e para um discurso violento.
“Em razão da grande relevância e da performance discursiva para o processo eleitoral e para a vida política, não é possível fechar os olhos para os efeitos antidemocráticos de discursos violentos e de mentiras que colocam em xeque a credibilidade da Justiça Eleitoral”, escreveu Gonçalves.