Faz-tudo de Bolsonaro está depondo na PF
Foto: Reprodução/Alan Santos / PR/Divulgação
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai prestar depoimento à Polícia Federal na tarde desta sexta-feira.
Ele será interrogado sobre as mensagens de cunho golpista encontradas no seu celular no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A oitiva está marcada para as 15 horas.
O militar está preso desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal que apura a falsificação de dados na carteira de vacinação dele, da sua família e de Jair Bolsonaro.
Cid teve o pedido de soltura negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que entendeu que ele poderia atrapalhar as investigações sobre as fraudes no sistema de vacinas e sobre o 8 de janeiro.
Uma perícia no celular de Mauro Cid mostrou que havia um grupo de militares da reserva e da ativa no WhatsApp que defendiam um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu a eleição do ano passado.
Após a revelação do caso, o Exército afirmou que “opiniões e comentários pessoais não representam o pensamento da cadeia de comando do Exército Brasileiro e tampouco o posicionamento oficial da Força”.
A defesa de Cid declarou que só vai se manifestar no processo judicial. Já os advogados de Bolsonaro disseram que as mensagens mostram que ele “jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”. A nota ainda afirma que, por ser ajudante de ordens, Cid recebia as demandas que deveriam chegar ao mandatário e, por isso, o “celular por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações”.