Lava Jato grampeou mesmo Youssef

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Um agente da Polícia Federal prestou depoimento hoje e confirmou ter instalado um gravador de forma ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef. As informações são da CNN Brasil. O que disse o agente? O depoente falou que recebeu a ordem “com urgência” de um delegado que atuava na Lava Jato para colocar o grampo. A orientação, segundo ele, teria sido dada na frente de outros agentes, em 2014.

Ao questionar se a demanda estava dentro da legalidade, o delegado teria respondido: “Pior que não”. O depoente contou que foi ao centro de detenção com outros dois agentes para instalar o grampo, na tarde após receber a ordem. Depois, a cela foi ocupada por Youssef, como previsto pelo delegado. Segundo ele, a escuta ficou instalada na laje, por dentro do forro, e era possível ligar e desligar o aparelho remotamente.

O áudio, normalmente, era baixado a cada 24 horas e colocado num pen drive para ser levado ao delegado da PF, de acordo com o depoente. Essa rotina não durou muito tempo, porque o delegado teria reclamado da qualidade do áudio. O delegado seria também superintendente da PF no Paraná e disse que nunca determinou a instalação de uma escuta na cela, negou ter conversado com alguém sobre o grampo e falou que, ao descobrir o dispositivo, ordenou a abertura de uma investigação interna.

O depoente afirmou não conseguiria precisar quantos dias tiveram gravações. Relatório da Corregedoria da PF, a partir de uma perícia, apontou que foram captadas ilegalmente conversas de Youssef e outros presos por cerca de 12 dias. Além de Alberto Youssef, a investigação da PF apontou que foram grampeados Carlos Alberto Pereira da Costa, Carlos Alexandre de Souza Rocha e Nelma Kodama.

Parte das gravações foi apagada, mas o arquivo foi recuperado pela perícia porque estava na lixeira de um computador. Em 2014, Youssef denunciou que estava sendo grampeado pela Lava Jato, que negou. À época, foi alegado que a escuta estava no local desde o período em que o criminoso Fernandinho Beira-Mar estava detido na PF do Paraná, mas que o aparelho já não funcionava mais.

UOL