PF tem provas contra direitor demitido do MEC

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Foto: Eugênio Barreto/Secretaria Estadual de Educação de Sergipe

O ex-diretor do Ministério da Educação (MEC) Alexsander Moreira foi exonerado nessa segunda-feira após ser alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de integrar um esquema de fraudes em contratos para a aquisição de kits robótica para escolas em Alagoas. De acordo com documentos da investigação, o ex-funcionário da pasta movimentou em sua conta R$ 737.185 durante um ano, entre 2021 e 2022, sendo parte desses recursos depositada em espécie. Esse valor foi apontado como incompatível com a renda de Moreira, que, à época da apuração, recebia um salário mensal de R$ 10.400.

Além dessa transação financeira, investigadores descobriram laços do ex-diretor do MEC com outros suspeitos. Moreira trabalhou para uma empresa fornecedora de peças de kit de robótica entre 2014 e 2016, ano em que deixou o mercado privado para ingressar na pasta. Com acesso aos cofres públicos, segundo a PF, ele passou a ter uma “importante atuação na área de robótica dentro do Ministério da Educação, notadamente na elaboração e sugestão de políticas voltadas ao tema”.

Outra informação sobre Alexsander que chamou a atenção da PF é que ele já trabalhou e morou em um endereço em João Pessoa (PB) que está registrado como residência de uma funcionária de uma das empresas suspeitas de desviarem recursos públicos da Educação. Para os investigadores, os fatos demonstram “certa relação de amizade e/ou profissional”.

Moreira foi procurado por meio de seu endereço em Brasília, telefones e e-mail, mas não foi localizado. A reportagem não conseguiu contato com a defesa.

Diante dessas suspeitas, na semana passada, a Justiça Federal autorizou a Polícia Federal a cumprir um mandado de busca e apreensão em um hotel na região central de Brasília, onde Moreira costumava se hospedar.

A medida fazia parte de uma operação deflagrada para investigar um suposto esquema que teria gerado prejuízos estimados em R$ 8 milhões com recursos desviados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Segundo as apurações, os crimes teriam ocorrido entre 2019 e 2022 em 43 municípios alagoanos, que tentaram contratar o fornecimento de equipamentos de robótica para escolas.

Após o caso vir à tona, o MEC já havia afirmado que afastaria Alexsander do cargo. Ele era responsável por avaliar o cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação pelos municípios.

O Globo