Senador torra cota parlamentar em restaurantes caros

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Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Casquinhas de camarão (R$ 210) e filé de Cambucu (R$ 274) servidos na mesa com vista para o mar de Ubatuba, no litoral norte paulista. Rodízio com 18 cortes de carne (R$ 210) em uma badalada churrascaria da capital paulista. Massas com molhos variados (R$ 240) e tiramusù (R$ 27) de sobremesa no almoço de domingo em uma tradicional cantina italiana de São Paulo.

Toda essa farra gastronômica foi desfrutada neste ano pelo senador Alexandre Giordano (MDB-SP) e paga pelo contribuinte. Ao todo, o emedebista, que assumiu seu mandato no Senado em março de 2021, com a morte do senador Major Olímpio, já pediu reembolso de R$ 25,2 mil da cota parlamentar para gastos com refeições em restaurantes, entre janeiro e maio.

As despesas bancadas pelo Senado começaram já no primeiro dia do ano, com um almoço e um jantar no Vasto, tradicional restaurante na Asa Sul, em Brasília, ao custo total de R$ 533. Ainda em janeiro, durante o recesso parlamentar, Giordano viajou para Ubatuba, no litoral paulista, onde não poupou dinheiro da verba de gabinete para provar a casquinha de camarão no bem-avaliado Terra Papagalli, na Barra da Lagoa, em uma tarde de quarta-feira (4/1), e pedir sete pizzas no jantar do dia seguinte.

As notas fiscais apresentadas por Giordano ao Senado mostram quais são os restaurantes preferidos do senador. Entre eles estão, além do Vasto em Brasília, as churrascarias Fogo de Chão, Rodeio e a Costellone Villares, que fica na zona norte paulistana, reduto eleitoral de Giordano, a tradicional cantina Lellis Tratoria, que fica nos Jardins, e o rústico Esch Café, na Alameda Lorena, na mesma região central da cidade.

A maior despesa com refeição reembolsada pelo Senado foi no valor de R$ 1.024, em um jantar de sexta-feira, no dia 5 de maio, em uma unidade da cantina Famiglia Mancini, que oferece música ao vivo na famosa Rua Avanhandava, no centro de São Paulo. Na ocasião, o contribuinte pagou para Giordano cinco couverts (R$ 145), um spaghetti à carbonara (R$ 130), três filés à parmegiana (R$ 444), um medalhão ao funghi com fettuccine ao molho quatro queijos (R$ 145), entre outros itens e bebidas — nenhuma alcoólica.

Assim como os outros 80 senadores, Giordano teve aumento de salário neste ano, após aprovação realizada pelo Congresso no apagar das luzes de 2022. O emedebista recebe subsídio mensal bruto de R$ 41,6 mil — R$ 30,5 mil líquidos —, além de uma verba mensal indenizatória de R$ 30,2 mil para custear despesas com alimentação, combustível, aluguel de escritório político, material de consumo, divulgação da atividade parlamentar e passagens aéreas.

O Metrópoles procurou o senador Alexandre Giordano, nesta segunda-feira (19/6), para comentar sobre as despesas com alimentação, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Metrópoles