Bolsonaro diz que reforma tributária é “comunista”

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Foto: Silvio Avila/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou à carga no final de semana contra a o projeto de reforma tributária que tramita no Congresso e que tem o apoio do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Às vésperas da aprovação da proposta pela Câmara, ele já havia se colocado contra as mudanças, orientou o seu partido, o PL, a votar contra e chegou até a protagonizar uma saia justa com seu aliado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi a favor. Agora, Bolsonaro esgrime até uma suposta ameaça comunista que estaria embutida no projeto. “A reforma tributária permite ainda ao presidente (aquele que tem orgulho em ser chamado de comunista) sobretaxar tudo aquilo que ele julgue ser prejudicial à saúde ou ao planeta. Por exemplo, sobretaxar importantes insumos do setor agrícola deixando os alimentos mais caros. Ou aumentar o custo dos transportes, majorando o preço final dos combustíveis”, escreveu. E completou que “essa sobretaxa, sem passar pelo Congresso, poderá ser tanto maior quanto assim julgar, ou necessitar, o governo”. “Inflação, desemprego e desabastecimento desajustariam a economia, abrindo-se as portas para o sonhado comunismo”, alertou. “Não podemos aceitar uma economia sem mercado ou uma democracia relativa”, disse, fazendo referência a declaração recente de Lula que, ao defender o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, disse que o conceito de democracia é relativo.

Apesar de a reforma ter passado com relativa facilidade na Câmara, inclusive com 20 votos favoráveis do PL de Bolsonaro, é provável que a oposição consiga trazer mais dificuldades ao governo no Senado – a Casa começa a discutir o projeto na semana que vem, na volta do recesso, e é muito provável que haja mudanças na proposta aprovada pelos deputados.

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