Confira perguntas que serão feitas a Mauro Cid

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Foto: Alan Santos/PR/Divulgação

Preso desde o início de maio, Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens da Presidência, mantinha um vasto arquivo de mensagens em seu celular sobre a rotina no Palácio do Planalto durante a gestão de Jair Bolsonaro. Cid administrava uma espécie de caixa paralelo de despesas da primeira família, alimentado a partir de saques em dinheiro no cartão corporativo. Ele também se envolveu na falsificação de cartões de vacinação de Covid-19 e funcionava como uma espécie de ponte entre o Planalto e os apoiadores radicais do presidente que sonhavam com um golpe de Estado. Reveladas por VEJA, mensagens golpistas encontradas no celular de Cid são o objeto principal do seu depoimento na CPMI do 8 de janeiro nesta terça. A partir das 9h, senadores e deputados irão interrogar o militar sobre algumas questões sem resposta. Cid guardava no celular uma espécie de roteiro de golpe de Estado, que seria deflagrado com a “nomeação de um interventor” com poderes absolutos para o “restabelecimento da ordem constitucional”. Daí surgem as primeiras perguntas: Quem ordenou a confecção de tal roteiro golpista? Quem elaborou o material com o passo a passo do golpe, incluindo a substituição de ministros do TSE e a realização de novas eleições no país, de modo a invalidar o mandato dado pelas urnas a Lula? Em uma mensagem ao coronel Jean Lawand, que clamava por uma “ordem” de Bolsonaro para o golpe, Cid disse o seguinte: “O PR não pode dar a ordem (porque) ele não confia no ACE (Alto Comando do Exército)”. Partiu de Bolsonaro a ordem para confecção do plano de golpe? Bolsonaro chegou a sondar integrantes do Exército sobre a viabilidade de golpe? O roteiro de golpe de Estado encontrado no celular de Cid foi apresentado a Bolsonaro? O que Cid ouviu de Bolsonaro, quando apresentou seu roteiro golpista? Além de Lawand e de outros militares flagrados em conversas golpistas com Cid, quais militares da cúpula do Exército se envolveram na trama golpista? Quando recebeu a mensagem de golpe do coronel Lawand, Cid disse “estamos na luta”. Houve, de fato, um período de gestação de um golpe no Planalto? Numa mensagem, Cid fala de uma conversa do ex-ministros e general da reserva Augusto Heleno com Bolsonaro no mesmo período em que o plano golpista era gestado. Heleno e outros ministros ligados ao Exército estimularam uma aventura golpista? Saindo do WhatsApp, Bolsonaro, os ministros do governo e seus apoiadores radicais tiveram alguma reunião para tratar de um possível golpe? Cid ainda pode falar da atuação da mulher dele nos atos golpistas nas portas de quarteis. Ela foi flagrada convocando radicais bolsonaristas a Brasília. A lista de perguntas é longa. Resta saber se Cid falará. A conferir.

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