CPI do MST tenta criar agenda positiva para o bolsonarismo

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Foto: Divulgação/Bruno Spada

A CPI do MST aprovou, nesta quarta-feira, seus últimos requerimentos antes do início do recesso parlamentar, na próxima semana. Em votação relâmpago, feita em bloco, 21 requerimentos foram aprovados. Em foco, estão autoridades de estados como a Bahia, onde teriam ocorrido invasões irregulares do MST neste ano. Um dos documentos aprovados pedia, por exemplo, para ouvir o Comandante da Polícia Militar do Estado da Bahia, Paulo José Reis de Azevedo Coutinho. O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, também que comparecer. A Polícia Civil do estado é alvo de um requerimento de informações.

Outros requerimentos focam em atos da administração pública em solicitam, por exemplo, informações à Prefeitura de Juiz de Fora quanto a contratação de cooperativa para fornecimento de arroz orgânico. O requerimento do deputado Kim Kataguiri (União-SP) pede “a cópia integral do procedimento que levou à aquisição de arroz orgânico do MST pelo preço acima do valor de mercado”.

O colegiado retomou as suas sessões nesta terça-feira com compromissos já agendados para a volta do recesso, e um acordo foi feito para retirar de pauta a convocação do ministro-chefe da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Rui Costa. O tema estava pautado, porém, será votado em agosto.

Em outro acordo, também foi retirado de pauta o requerimento para ouvir Walter Schalka, presidente da Suzano Papel e Celulose, empresa que teve uma propriedade invadida, em Aracruz, no Espírito Santo, no mês de abril. No seu lugar foi convocado o vice-presidente, Luís Bueno. Já a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Edson Gonçalves Dias, que ocupou o cargo nos primeiros meses da gestão de Lula, foi aprovada.

Duas decisões da Câmara nas últimas semanas deixaram os trabalhos das CPIs em curso mais lentos: em viagem oficial à Europa e com os festejos de São João, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), não convocou votações importantes em plenário por duas semanas, esvaziando a presença de parlamentares em Brasília e fazendo com que os colegiados não realizassem sessões — houve apenas uma da CPI dos Ataques Golpistas no período.

Além disso, na semana passada, por causa da análise das propostas econômicas, como a Reforma Tributária, todas as comissões adiaram reuniões.

Na CPI do MST, que se tornou o principal flanco da oposição após os governistas dominarem a dos Ataques Golpistas, as reuniões têm sido marcadas por embates ideológicos acalorados. Apesar de já ter realizado dez sessões, o maior número entre as comissões em atividade, o grupo não se reúne desde 20 de junho e, mesmo com depoimentos aguardados já aprovados, como os dos ministros do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ainda não há previsão para acontecerem.

O Globo