E Bolsonaro virou ‘arroz de festa’
Condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no final do mês passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro vive uma rotina de agendas desde que se tornou inelegível. Entre eventos corriqueiros como ida ao dentista e renovação da carteira de motorista, o chefe do Executivo tem feito aparições públicas, nas quais recebe apoio de apoiadores.
Como parte de sua rotina política, o ex-presidente tem frequentado reuniões do Partido Liberal e acompanhado a ex-primeira-dama, Michelle, em eventos da ala feminina da sigla. No próximo final de semana, por exemplo, estará em Santa Catarina com sua mulher. Nesta terça-feira estará na Câmara Municipal de São Paulo para a filiação de Fernando Holiday.
Apenas neste final de semana , esteve em Alexânia, no interior de Goiás, em uma de suas viagens como presidente de honra do partido, mirando as eleições municipais do ano que vem. Já neste domingo, em Brasília, compareceu a um festival de motos e almoçou em uma churrascaria.
No próprio dia da decisão do TSE, Bolsonaro seguiu com normalidade seus compromissos. Momentos após a decisão, almoçou com deputados em churrascaria em Belo Horizonte. Neste mesmo dia, foi cortar o cabelo em um salão da capital mineira.
Nas semanas que sucederam a condenação, o ex-presidente seguiu com as aparições. Em oito de julho, o PL divulgou vídeo de Bolsonaro em exame médico e psicotécnico para renovar a habilitação. Ele estava acompanhado de seu filho mais novo, Jair Renan.
Na semana seguinte, foi a Goiânia sob a justificativa de realizar um tratamento dentário. Apesar do critério pessoal, esteve no Palácio das Esmeraldas com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Na ocasião, chegou a subir num carro de som enviado por apoiadores:
— Sou o ex mais amado do Brasil — afirmou.
Diante da tramitação da Reforma Tributária, esteve com a bancada de 99 deputados do PL e orientou a votação contrária. A proposta, no entanto, recebeu apoio de 20 parlamentares do partido e foi aprovada em segundo turno na Câmara.
Agendas em meio à crises
A rotina corriqueira em dias de crise não é algo novo na vida política de Bolsonaro. Muito antes da condenação do TSE, o então presidente não evitava lugares públicos. Em abril de 2020, quando enfrentava duras críticas pelo alto número de mortos, o então mandatário chegou a ir a uma padaria perto de casa para beber refrigerante.
— Parei em uma padaria agora para tomar uma Coca-Cola — disse, à época, quando foi questionado sobre sua postura contra o isolamento social.
Em janeiro de 2021 repetiu a atitude quando saiu para andar de moto na capital e recebeu perguntas sobre os protestos que pediam seu impeachment. Naquela manhã, parou em uma barraca de frutas e retornou para casa.
O Globo