Farda de Cid é ameaça do Exército

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Foto: Reprodução

Eduardo Guimarães

Há cerca de duas semanas (27/6), o Exército determinou que coronel de Artilharia Jean Lawand não fosse fardado à CPI dos Atos Golpistas. O motivo, segundo assessores do comandante Tomás Vieira Paiva, é que as ações do coronel “não representam” o Exército.

Já na manhã desta terça-feira (11/7), o Exército divulgou uma nota dizendo que orientou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a comparecer fardado à CPMI que investiga a invasão às sedes dos Três Poderes.

Jean Lawand e Mauro Cid estão juntos em um processo golpista. A Polícia Federal encontrou no celular do o tenente-coronel Mauro Cid mensagens do coronel Lawand defendendo um golpe militar para evitar a posse do presidente Lula.

Lawand chegou a dizer que o ex-presidente não poderia “recuar agora” e afirmou que as divisões mais baixas do Exército estavam ao lado de Bolsonaro, indicando um apoio a uma intervenção militar.

Mauro Cid fez tudo que Lawand fez. Na verdade, fez muito mais e é, inclusive, peça central na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Por isso está sentado lá na CPI do Golpe recitando o mantra de que, “com todo respeito”, não vai responder a nada do que lhe for perguntado.

Mas isso não é o pior. O uso da farda por Cid é cheio de simbolismo.

Se o Exércio não permitiu que Lawand usasse a farda por suas atitudes não representarem o pensamento da instituição, ao permitir a um o que negou ao outro essa mesma instituição está assinando embaixo de tudo o que ele fez.

E o que ele fez? Está envolvido no contrabando de joias por Bolsonaro, está envolvido na falsificação de carteiras de vacinação, está envolvido no caso que tornou Bolsonaro inelegível”, entre muito mais.
O pior, porém, é que não denunciou tentativa de golpe a qual ficou sabendo que ocorreria.

Mauro Cid tem muito mais culpa no cartório do que Lawand, pois está certamente envolvido em tudo o que Bolsonaro fez. E se o Exército autoriza que ele use a farda, tendo negado esse uso a Lawand por não representá-lo, então está dizendo que ações de Cid representam o Exército brasileiro.

Em consequência: se Cid adotou ações golpistas e o Exército está dizendo que ele representa a Força Militar terrestre do País, o mesmo Exército está simplesmente fazendo uma ameaça clara à sociedade brasileira e aos Poderes constituídos.

Certo?

Redação