Governadores temem fim de escolas militares

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Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Lideranças do governo Lula no Congresso Nacional dizem, nos bastidores, terem sido surpreendidas pela decisão do Ministério da Educação (MEC) de encerrar o programa das escolas cívico-militares.

Esses parlamentares afirmam que não foram consultados antes de o MEC enviar ofício às secretarias estaduais comunicando a decisão de desmobilizar o pessoal das Forças Armadas lotados nas unidades de ensino.

A medida gerou críticas não apenas da oposição a Lula no Congresso, mas também de governadores. Ao menos dezoito deles já avisaram que vão manter o programa em nível estadual, apesar da decisão do MEC.

Apesar de defender a decisão, Lula informou às lideranças governistas que a medida ainda será discutida antes que o decreto que regula o fim das escolas seja publicado.

Segundo lideranças do governo, o presidente da República deve avaliar os impactos do fim das escolas com seu núcleo político, formado pela Secretaria de Relações Institucionais e Casa Civil.

O Congresso, por sua vez, pode derrubar o decreto de Lula. Líderes do governo lembram que hoje há até mesmo parlamentares de partidos da base favoráveis às escolas cívico-militares.

Em publicação na quinta-feira (13/7), o ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou que as escolas não serão fechadas e que haverá apenas uma descontinuidade da parceria entre militares e civis.

“A descontinuidade do modelo atenderá a uma política de transição, com acompanhamento e apoio do MEC junto a estados e municípios”, escreveu Santana nas redes sociais.

O programa das escolas cívico-militares foi criado em setembro de 2019 por meio de decreto assinado pelo então presidente Jair Bolsonaro e pelos ministros da Educação e da Defesa da época.

O programa prevê a administração compartilhada das escolas entre civis e militares, todos eles da reserva. Hoje, segundo o MEC, há 216 unidades no Brasil em implantação com esse modelo.

Metrópoles