Haddad diz que “desenrola” existe por culpa de Bolsonaro

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Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (14/7) que o programa Desenrola, voltado para a renegociação de dívidas dos brasileiros, é o “rescaldo” de todos os problemas que o Brasil enfrentou até 31 de dezembro de 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro (PL).

Haddad fez comentários sobre o programa desenvolvido por sua equipe na manhã desta sexta, após se reunir com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.

“Nós apresentamos agora para o presidente Lula o início da operação. Lembrando que são dívidas negativadas até 31 de dezembro de 2022. Portanto, é o rescaldo de todos os problemas que o Brasil enfrentou até aquela data”, afirmou o ministro ao chegar à sede da pasta.

O programa entrará em operação a partir da próxima segunda-feira (17/7), segundo previsão publicada no Diário Oficial da União (DOU). Com o início das atividades, 1,5 milhão de pessoas que devem até R$ 100 sairão da lista de negativados. Além disso, cidadãos com renda de até R$ 20 mil poderão renegociar as pendências diretamente com as instituições financeiras.

Promessa de campanha do presidente Lula, a iniciativa foi anunciada oficialmente no início deste mês. Segundo a estimativa do governo, o programa deve beneficiar 70 milhões de inadimplentes.

Apesar da previsão, Haddad disse não ter discutido com o presidente os descontos em eletrodomésticos da linha branca, como televisão, geladeira e máquina de lavar roupas.

“Não falamos disso, até pensei que ele fosse tocar no assunto, mas a pauta foi Desenrola e Orçamento de 2024”, disse Haddad ao ser questionado sobre o assunto.

Em evento no Planalto na última quarta-feira (13/7), o mandatário sugeriu um novo programa ao falar sobre o sucesso do programa de incentivo para aquisição de carros, coordenado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

“Fizemos uma coisinha pequena de reduzir o preço dos carros, o que aconteceu? A gente deu mais carros do que tivemos condições de produzir no período. A gente sempre tem que incentivar o povo a consumir, desde que seja de maneira responsável”, iniciou.

“Até falei para o Alckmin: que tal a gente fazer uma aberturazinha também para a linha branca? [Vai] Facilitar a compra de geladeira, televisão, máquina de lavar roupa. As pessoas, de tempo em tempo, precisam trocar os seus utensílios domésticos”, disse Lula.

O pedido de Lula vem em um momento em que a equipe econômica se mostra empenhada em zerar o déficit nas contas públicas em 2024. Um novo programa de redução de tributos pode prejudicar essa meta e será necessária a apresentação de uma fonte de compensação.

Metrópoles