Lula 3.0 avança na saúde, economia, educação e diplomacia

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Foto: LEWIS JOLY/AFP

O cientista político Guilherme Casarões afirmou que, em seu terceiro mandato como presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está conseguindo bons avanços em áreas estratégicas para o governo nos seis primeiros meses de governo. Durante participação no programa Análise da Notícia, ele destacou avanços dentro e fora do Brasil. A agenda econômica tem avançado a um ritmo um pouquinho mais acelerado do que a gente esperava. Há elementos mostrando que em áreas como saúde, educação, direitos humanos e meio ambiente a coisa está caminhando com alguma convicção, o que me parece muito bom. Também não posso deixar de mencionar o elemento internacional, é inquestionável a projeção internacional do Brasil.Guilherme Casarões

Economia mostra rápidos sinais de recuperação. Contrariando algumas projeções, há indicadores positivos que podem ser vistos no dia a dia como a baixa do dólar e uma expectativa de retomada econômica que mostram que dificilmente o Brasil passará por um derrocada da economia nos próximos anos do governo Lula. Políticas Públicas se desenvolveram. Em comparação ao governo anterior, o Brasil voltou a fazer políticas públicas em áreas que especialistas não esperavam que fossem resgatadas tão rapidamente. Nos primeiros seis primeiros meses de governo, além de articular uma agenda governamental, Lula também conseguiu reconstruir muita coisa que ficou de lado nos últimos anos. Diplomacia presidencial. Apesar de dedicar muito tempo para viagens internacionais, Lula está reconstruindo a imagem do Brasil no exterior. É inquestionável o papel da diplomacia presidencial para a configuração do novo governo, para a projeção internacional do Brasil e para a retomada de agendas que só fazem sentido quando unidas com a dimensão internacional. Relação com Congresso é ponto de preocupação. Apesar de avanços do governo em diversas áreas, a relação do governo com o Congresso tem potencial para dar errado e se tornar um problema. Era sabido que a relação seria conturbada, mas a presença de Arthur Lira (PP-AL), presidente mais forte que a Câmara dos Deputados já teve, dificulta ainda mais essa relação. Comunicação do governo pode, e precisa melhorar. A comunicação governamental ainda está patinando, tanto na maneira como divulga suas ações, quanto na maneira como Lula se posiciona diante de determinadas questões, inclusive com alguns erros no plano internacional que dificultaram o trânsito de Lula em alguns círculos importantes. O governo está preso a uma fórmula de comunicação do século 20 e a equipe de comunicação ainda não entrou de cabeça na era digital. Centrão quer Ministério da Saúde. A conta da conturbada relação com o Congresso ainda não chegou, e o centrão quer o controle do ministério da Saúde. Para Casarões isso, inclusive, pode acontecer em breve. O risco da chegada dessa conta é que políticas públicas da área da saúde caiam em “mãos erradas” e, para evitar isso, o governo precisa aprimorar sua capacidade de organizar a agenda de modo que isso reduza custos na relação com o Congresso. Foro de São Paulo em Brasília foi um tiro no pé. A realização do evento pode trazer um desgaste desnecessário devido à imagem que se criou em grupos bolsonaristas de que o Foro é uma reunião das FARCs e de narcoterroristas. Essa reunião tem pouco ganho para o governo, mas um potencial destrutivo muito grande, podendo gerar alguma dor de cabeça, ainda que passageira, para o governo. Bolsonaro inelegível, mas não preso, pode ser bom para a extrema direita. A inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) pode ser boa para a extrema-direita, uma vez que o ex-presidente vai canalizar todo o seu esforço para fazer campanhas para prefeitos e vereadores ao redor do Brasil, sem se preocupar com a própria. Bolsonaro é uma das poucas pessoas que têm tamanho para ser cabo eleitoral em todo o país e poderá atrair muitos votos.

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