Lula propõe grupo de países para mediar guerra

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Dimitar Dilkoff/AFP

A guerra da Rússia contra a Ucrânia já dura cerca de um ano e meio, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem defendido reiteradamente a criação de um grupo de países para mediar o fim do confronto.

Em fóruns internacionais, Lula tem defendido, por exemplo, que China, Indonésia e Índia integrem com o Brasil esse grupo de países.

Na última quarta-feira (19), em Bruxelas (Bélgica), após participar da cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, Lula voltou a defender a criação do grupo.

“O Brasil tem feito isso desde o começo, nós temos conversado com a China, com a Indonésia, com parceiros na América Latina. É preciso que a gente construa um grupo de países capaz de, no momento certo, convencer Rússia e Ucrânia de que a paz é o melhor caminho”, declarou.

“Por enquanto, nem o Zelensky, nem o Putin querem falar em paz. Cada um pensa que vai ganhar. Mas está havendo um cansaço. O mundo começa a cansar. Os países começam a cansar. Então, vai chegar o momento em que vai ter paz. E vai ter que ter um grupo de países capaz de conversar com a Rússia e com a Ucrânia”, acrescentou Lula na ocasião.

Em paralelo aos discursos, o petista tem se reunido com diversos líderes internacionais e discutido o tema. Por exemplo, o presidente:

se reuniu com representantes da Finlândia (que faz fronteira com a Rússia) e da Romênia (que faz fronteira com a Ucrânia);
falou por vídeoeconferência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin;
e enviou o assessor especial da Presidência Celso Amorim a Moscou (capital russa) e a Kiev (capital ucraniana).
Para ele, no entanto, a eventual criação do grupo de países só acontecerá quando a Rússia e a Ucrânia estiverem dispostas a negociar um acordo de paz.

Em linhas gerais, os países geralmente mencionados por Lula têm afirmado que:

China: se coloca como eventual mediadora e entende que é possível a participação de mais países
Indonésia: defende que a ONU deve monitorar a situação, e que o país está disposto a contribuir de forma militar com a ONU
Índia: está disposta a dar “suporte” para que diplomaticamente os países encontrem uma solução

Entenda abaixo, em detalhes, o que dizem os países citados e o papel do Conselho de Segurança da ONU na proposta de Lula:

China
Indonésia
Índia
Conselho de Segurança da ONU

Em abril deste ano, o presidente da China, Xi Jinping, conversou por telefone com Zelensky.

Na ligação, o líder chinês disse que enviaria representantes a Kiev para tentar iniciar negociações para a paz. Além disso, em março, Xi Jinping se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin.

A China chegou a apresentar uma proposta para um eventual acordo de paz. Os termos, contudo, foram rejeitados pela Ucrânia e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual a Ucrânia deseja fazer parte e que conta, por exemplo, com os Estados Unidos.

Em abril, Lula se reuniu com Xi Jinping na China. Em nota após o encontro, o Ministério das Relações Exteriores chinês informou que concorda com a ideia de que mais países atuem nas negociações.

“Os dois presidentes também trocaram visões sobre a crise na Ucrânia. Os dois lados concordaram que o diálogo e a negociação são o único caminho viável para resolver isso e que todos os esforços propícios a uma resolução pacífica devem ser encorajados e apoiados. Eles fizeram um apelo para que mais países tenham um papel construtivo para um acordo político para a crise na Ucrânia. Os dois presidentes concordaram em permanecer se comunicando sobre este assunto”, afirmou o ministério chinês.

O g1 não conseguiu fazer contato com a embaixada da China em Brasília.

G1