Oposição pede impeachment de Barroso só para aparecer
Foto: Carlos Moura/STF/
Carlos Jordy, líder da Oposição na Câmara, está preparando uma reação contra a participação Luís Roberto Barroso no 59° Congresso da UNE. Ontem, o ministro do STF disse à plateia do evento que “nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”. Por causa da fala, Jordy e aliados articulam um pedido impeachment do magistrado e a suspeição dele nos processos de Jair Bolsonaro.
No fim de 2022, um grupo de seis senadores encaminhou à Presidência do Senado uma tentativa de tirar Barroso da cadeira no Supremo. Após as eleições, o ministro viajou aos EUA e, ao ser abordado em Nova York, rebateu uma hostilidade bolsonarista com a frase: “Perdeu, mané”.
Agora, os bolsonaristas reuniram 38 assinaturas na Câmara no mesmo sentido, embora o impeachment dependa da improvável boa vontade da cúpula do Congresso para tramitar — o caso correria no Senado.
Diz Júlia Zanatta, correligionária de Jordy no PL:
— Se Barroso quer exercer a atividade política, não pode estar como ministro. (…) Hoje, não tem chance de nenhuma de um impeachment contra um ministro prosperar porque o presidente do Senado (Rodrigo Pacheco) escolheu esse caminho, mas nem por isso a gente deve deixar de apressentá-lo.
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A suspeição de Barroso, ao contrário do impeachment, pode ser pleiteada via Judiciário. E, se for levada a sério por pares, abre brecha para questionamentos em ações com digitais dele, passadas e futuras.
O ministro relata, por exemplo, ações que apuram se autoridades do governo Bolsonaro praticaram o crime de genocídio contra comunidades indígenas. E pode vir a votar no recurso que a defesa do ex-presidente deve apresentar ao STF para, sem chances de êxito, tentar derrubar a inegibilidade estebelecida pela Justiça Eleitoral.