Para MPF, Michelle foi “preconceituosa, intolerante, pedante e prepotente”
O MPF (Ministério Público Federal) arquivou denúncia de suposto racismo religioso cometido por Michelle Bolsonaro contra Lula (PT) ao dizer que o petista teria “entregado a alma” em um culto do candomblé para conseguir vencer o pleito contra seu marido, Jair Bolsonaro (PL), em 2022.
O que aconteceu:
Michelle não cometeu racismo religioso ao fazer essas insinuações contra Lula, segundo o procurador da República, Frederico de Carvalho Paiva.
As declarações da ex-primeira-dama, embora “preconceituosas”, encontram “guarida na liberdade de expressão religiosa”, destacou o procurador.
Paiva também ponderou que as falas de Michelle “mais se aproximam de um reclame quanto a uma possível intolerância sofrida pela sua crença do que propriamente a um ataque à religião africana”.
Por tudo isso, a postura da investigada, apesar de ter conotação preconceituosa, intolerante, pedante e prepotente, encontra guarida na liberdade de expressão religiosa e, em tal dimensão, não preenche o âmbito proibitivo da norma penal incriminadora
O UOL entrou em contato com as assessorias de Michelle Bolsonaro e de Lula. Quando houver resposta, o texto será atualizado.
Entenda o caso
Em agosto de 2022, durante a campanha presidencial, Michelle Bolsonaro publicou um vídeo de Lula em um ritual do candomblé.
Na ocasião, a então primeira-dama disse que o petista teria entregado “a alma para vencer” a corrida pelo Planalto. “Lula já entregou sua alma para vencer essa eleição. Não lutamos contra a carne nem o sangue, mas contra os principados e potestades das trevas”, declarou.
A fala de Michelle foi criticada por líderes religiosos, que apontaram a conotação preconceituosa e intolerante da ex-primeira-dama.
UOL