Prefeitos de Santos e São Vicente se estranham

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Foto: Reprodução

Após protagonizar um “climão” durante um evento oficial, Kayo Amado (Podemos), prefeito de São Vicente, reclamou do protagonismo do prefeito da vizinha Santos, Rogério Santos (PSDB), no cenário político do litoral paulista. Ele deixou o palco que dividia com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSDB) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que chegou a consolá-lo, após uma fala de Rogério Santos sobre o uso da rede básica de Saúde local por moradores de municípios próximos, como São Vicente.

Amado afirmou que a atitude do prefeito tucano era de “quem deveria liderar a região, mas que na verdade se considera chefe”.

— O meu sentimento é que Santos é um município rico que subiu a escada, e depois chuta a escada para os outros não subirem — declarou o prefeito vicentino, que acrescentou:

— (Aquela fala) foi um tapa na minha cara. Ele veio na minha casa e botou o pé em cima da mesa, e daí eu não aguentei.

O mal-estar aconteceu durante uma cerimônia de entrega de chaves dos imóveis de um conjunto habitacional em São Vicente, na última segunda-feira. Na ocasião, o prefeito de Santos disse que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de seu município atende a mais da metade da população da cidade vizinha.

Em resposta ao santista, Amado afirmou que sua cidade também poderia se tornar autossustentável se recebesse a mesma quantia de dinheiro do governo de São Paulo e do governo federal e que “não tem um porto para ajudar a gente a alavancar as receitas”:

“Se (alguém) quer comparar serviços, compare também quanto cada município recebe do Estado, da União, e também em arrecadações próprias. A desigualdade entre os municípios e a injustiça social estão aí”, escreveu em uma publicação no Instagram.

 

Kayo Amado diz ter sido procurado por um interlocutor do Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira para atender à sua demanda, e que ouviu de Alckmin a promessa de recebê-lo em Brasília para tratar do assunto. O incômodo ficou ainda maior, segundo ele, pelo fato de que o conjunto habitacional inaugurado na ocasião vai receber 1.120 famílias vindas de Santos.

O Globo