Republicanos adia adesão ao governo
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Ainda que o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) esteja cotado para substituir Ana Moser à frente do Ministério do Esporte, o partido de Marcos Pereira (Republicanos-SP) não deve entrar formalmente na base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso. A legenda já vem entregando votos para matérias de interesse do governo e a tendência é que isso continue ocorrendo. E a nomeação do pernambucano para a Esplanada dos Ministérios pode ampliar essa adesão, ainda que oficialmente a sigla permaneça “independente”. Segundo apurou o Valor, Silvinho, como é chamado o filho do ex-deputado Silvio Costa, já conta com o aval de Pereira e de outros integrantes da cúpula do Republicanos para assumir um cargo no primeiro escalão do governo. Ele também foi informado que a eventual entrada não mudará a postura “independente, porém colaborativa” da sigla com o Palácio do Planalto. Caso a nomeação saia do papel, correligionários já estão com o argumento pronto para rebater as críticas: irão sustentar que é uma indicação pessoal do presidente, em razão da relação de proximidade que o deputado mantém com Lula e o PT. Nos bastidores, interlocutores de Pereira dizem que Costa Filho “jamais enfrentará constrangimentos” provocados pela legenda, como ocorreu com a ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Desde que pediu a desfiliação do União Brasil para ir para o Republicanos, a ministra, que será substituída por Celso Sabino (União-PA) nas próximas semanas, passou a ser pressionada pelo partido de Luciano Bivar (União-PE) a deixar o posto. A eventual entrada de Costa Filho na Esplanada seria uma das respostas de Lula à ofensiva do Centrão por uma minirreforma ministerial. Na semana passada, o bloco foi determinante para que o governo conquistasse duas importantes vitórias na Câmara: a aprovação da reforma tributária e do PL do Carf. Enquanto as negociações para destravar as votações ocorriam, Lira e aliados indicaram que PP, União Brasil e Republicanos deveriam ser contemplados com espaços na Esplanada. Por ora, a única mudança acertada é no Ministério do Turismo, mas outras pastas estão na mira do Centrão: além do Esporte, também almejam o Desenvolvimento e Assistência Social, atualmente sob comando de Wellington Dias (PT), e até mesmo o Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que está nas mãos do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Esse último já foi ocupado por Pereira no governo de Michel temer (MDB). De acordo com fontes, a eventual saída de Alckmin da pasta pode ocorrer, caso Lula necessite de mais espaços para acomodar potenciais aliados. Negociações acontecerão nas próximas semanas e o novo desenho do primeiro escalão deve ser fechado em agosto. Apesar de ter apoiado a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro, o Republicanos, que é o partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem buscado manter uma distância protocolar do ex-presidente. O objetivo é se firmar como uma das principais siglas da centro-direita e afastar características que aproximem o partido do radicalismo.