Mauro Cid deve usar direito ao silêncio

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Foto: Alan dos Santos/PR

A CPMI dos atos antidemocráticos colhe, hoje, o depoimento do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O militar está preso desde 3 de maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação contra covid-19 do ex-presidente, dele e de sua própria família.

A expectativa em torno do depoimento de Cid é grande por conta daquilo que ele trará de informações e as implicações que podem ter para Bolsonaro e seus aliados. A oitiva é vista por parlamentares governistas como a mais importante até o momento.

Porém, Cid tem o direito de permanecer calado caso algum dos questionamentos que lhe forem feitos possa incriminá-lo e poderá ser acompanhado de advogados. Só que, conforme a decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), não poderá se omitir se indagado a fatos que não lhe dizem respeito diretamente.

Sua convocação é baseada na troca de mensagens de teor golpista com o coronel Jean Lawand Junior — que depôs à CPMI em 27 de junho — , encontrada em seu telefone pela Política Federal (PF). A perícia no aparelho descobriu, ainda, uma minuta que sugeria a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por Bolsonaro, que seria uma das etapas para o golpe de Estado que impediria o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de assumir o comando do país.

Na conversa com Cid, após o segundo turno da eleição 2022, Lawand pede ao ex-ajudante de ordens que tentasse convencer Bolsonaro a dar uma “ordem” que impedisse o petista de chegar ao Palácio do Planalto. À CPMI, o coronel negou que propusera um golpe de Estado.

Cid é investigado em três inquéritos diferentes: sobre as joias sauditas; a fraude nos cartões de vacina dele, da mulher e de Bolsonaro; e da minuta golpista. O depoimento do militar estava marcada para semana passada, mas foi adiada devido ao esforço concentrado da Câmara dos Deputados para votar a reforma tributária.

Correio Braziliense