Veja a quadrilha que matou Marielle

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O ex-policial militar Élcio de Queiroz firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal em que confessou ter participação do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), na manhã desta segunda-feira (24).

Quem é quem

Élcio de Queiroz, ex-PM, negociou uma delação premiada com as equipes da Polícia Federal, da Polícia Penal Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Na investigação, ele afirmou que participou da morte da ex-vereadora e apontou o sargento reformado Ronnie Lessa como autor dos tiros. Ele está preso desde 2019.

A delação de Élcio foi feita há cerca de 15 dias, segundo Dino. Com isso, o ministro diz que foi concluída uma fase da investigação. “Há convergência entre a narrativa do Élcio em relação a outros aspectos que já se encontravam em posse da polícia.”

O ex-bombeiro participou de ações de vigilância e acompanhamento da vereadora e do apoio logístico de integração com os demais atores dessa cadeia criminosa, segundo as investigações. O carro foi “picado”. Houve a participação dele também na ocultação de provas.

Dino disse que ele e outras pessoassão citadas na investigação. Segundo o ministro, a participação ocorreu em razão da “preparação na ocorrência de campana, vigilância, acompanhamento da rotina e, posteriormente, acobertamento dos autores do crime.”

Apontado como um dos assassinos da ex-vereadora,Ronnie Lessa também foi condenado por tráfico internacional de acessórios de armas de fogo.

A ficha criminal do ex-PM inclui investigações por suspeitas de ligação com o jogo do bicho e sofreu um atentado a bomba ao sair do batalhão. O crime, que levou o policial a perder uma das pernas, teria sido um acerto de contas entre bicheiros. Segundo a Polícia Civil, a investigação sobre o atentado está arquivada desde 2013.

Próximas fases da investigação

Dino afirmou que há participação de outras pessoas na morte da ex-vereadora e do motorista. “Os fatos e as novas provas colhidas indicam isso, indicam uma forte vinculação desses homicídios, especialmente da Marielle com a atuação das milícias e do crime organizado no Rio.”

O ministro disse ainda que a próxima fase da investigação terá como alvo os mandantes do crime. “Esse trabalho conjunto conseguiu produzir novas provas sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Há um encerramento de um patamar relativo à execução do crime.”

Dino afirmou que “a novidade são as provas colhidas e reanalisadas pela PF” que, segundo ele, “confirmaram de modo inequívoco a participação de Élcio e Ronnie. “Nas próximas semanas, resultará na produção de novas provas de corroboração e confirmação do conteúdo da delação e da indicação ou do próximo passo da investigação. Não há condições de apontar novos passos.”

O ministro disse que Élcio continuará preso em regime fechado. “Temos a convicção e a esperança de que [ainvestigação] conduzirá aos mandantes. Isso é uma resposta que o Estado brasileiro dá às famílias. Uma proteção à atividade política especialmente às mulheres.”

Prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa
Prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões CorrêaImagem: Reprodução/TV Globo

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