A estratégia do PT na Baixada Fluminense

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Foto: Reprodução

Lideranças do PT na Baixada Fluminense determinaram, durante seminário no fim de semana, as primeiras metas do partido para as 13 cidades da região. Nos dois maiores municípios, a legenda defende o lançamento da candidatura do deputado federal Lindbergh Farias em Nova Iguaçu, e avalia apoiar José Camilo Zito em Duque de Caxias. O ex-prefeito é pré-candidato do PV, sigla integrante da federação que tem, além do PT, o PCdoB.

A reunião, que aconteceu sábado em Nova Iguaçu, teve a presença da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Além de Duque de Caxias, segundo maior colégio eleitoral do estado, e Nova Iguaçu, o quarto, o PT pretende apoiar em Belford Roxo Matheus Carneiro (Republicanos), sobrinho do prefeito reeleito Wagner Carneiro dos Santos (Republicanos), o Waguinho. O apoio fez parte do acordo firmado entre o Palácio do Planalto e Waguinho durante as negociações para a saída de sua mulher, a deputada federal e ex-ministra Daniela Carneiro (União), da pasta do Turismo. Já em Nilópolis, o PT estuda lançar o ex-vereador do Rio, Leonel Brizola Neto.

Filho do secretário Especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, André Ceciliano, o deputado estadual Andrezinho Ceciliano vai disputar a prefeitura de Paracambi. Na vizinha Japeri, a aposta é na reeleição da prefeita Fernanda Ontiveros, que deixou o PDT e se filiou ao PT.

Em Queimados, município em que o partido integra a base e o governo de Glauco Kaizer (SDD), o partido negocia apoio à reeleição. No entanto, a legenda também tem sido procurada pelo deputado federal Max Lemos (PDT). Ex-prefeito, o parlamentar pretende lançar um aliado ou, dependendo do resultado de pesquisas eleitorais, concorrer novamente ao posto.<SW>

— Estamos construindo uma ampla aliança para apoiar nossa candidatura à reeleição. Conversamos com PV, MDB, DC e PMN. O deputado Lindbergh Farias tem estado próximo ao governo, o que pode resultar em apoio — explica Kaizer.

O PT também alinhava conversa com o prefeito de Mesquita, Jorge Miranda (PL), que já é reeleito. Miranda ainda não escolheu um nome para a disputa. Uma possível aliança com os petistas, no entanto, esbarraria no partido do prefeito. A legenda é a mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em Seropédica, Itaguaí, São João de Meriti, Guapimirim e Magé ainda não há definição de pré-candidaturas.

De acordo com um dos coordenadores da eleição municipal de 2024 na Baixada, o integrante das executivas nacional e estadual do PT Jorge Florêncio, o partido buscará lançar candidaturas a prefeito ou vice em todas as cidades da região e planeja ampliar a bancada de vereadores nos 13 municípios. Também pretendem minimizar a atuação de bolsonaristas na região, que é conhecida por ser reduto de eleitores do ex-presidente.

— Começamos a avaliar as 13 candidaturas. Em Nova Iguaçu, Lindbergh, que é ex-prefeito, é o nome desejado pelo partido. O deputado afirmou durante o seminário que seguirá a determinação da Executiva Nacional e do presidente Lula. Caso não concorra, vai participar da campanha do nome escolhido — afirma Florêncio, que antecipa a disputa na definição do nome em Duque de Caxias. — Zito, do PV, participou do encontro e esteve com a presidente nacional do partido (Gleisi Hoffmann). Em Duque de Caxias, temos ainda nomes como o do ex-ministro Celso Pansera e de Aluízio Jr.

Zito é ex-adversário do PT na Baixada e já passou por partidos de centro-direita. Para reforçar sua indicação na disputa, o PV alega que a esquerda não tem um nome de apelo popular na região, dificultado a eleição de prefeitos e vereadores. Zito, que nos anos 1990 foi chamado de “Rei da Baixada”, supriria essa ausência.

— Esse encontro do PT mostra a importância da Baixada Fluminense, em especial Duque de Caxias, para o país. Somos a cidade mais rica da região, com um potencial imenso para crescer — afirmou o vice-presidente do PV no Rio, André Lazaroni, ao defender uma ampla frente da esquerda para barrar a eleição de um nome bolsonarista.

De acordo com Florêncio, para as câmaras municipais, o PT traçou como meta cem cadeiras distribuídas nos 13 municípios. Atualmente, a legenda somam apenas nove vereadores. Para minimizar a atuação do bolsonarismo e conquistar o votos na Baixada, o PT, afirma Florêncio, investirá na imagem do presidente Lula, recuperação da economia e na retomada de programas como o Minha Casa Minha Vida. Há previsão de visitas de Lula à região ainda neste semestre.

O Globo