
Como Haddad, Alckmin devolve ‘presente’ saudita
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), devolveu para a Embaixada da Arábia Saudita um camelo feito com metais preciosos que recebeu de presente do governo do país em evento nesta segunda-feira, 31, em São Paulo. A obra seria incorporada ao patrimônio da União, mas a devolução foi orientada pela Receita Federal.
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Segundo a assessoria do vice-presidente, o presente dado por Khalid Al-Falih, ministro de Investimentos saudita, foi entregue para a embaixada do país, em Brasília, assim que Alckmin chegou à capital federal, ainda na segunda.
Em um ofício, o chefe de gabinete da Vice-Presidência, Pedro Giocondo Guerra, informou que o recebimento do camelo precioso seria impossível por causa dos regulamentos do governo brasileiro, mas agradeceu a “revelante demonstração de apreço e respeito” por parte de Al-Falih.
“Com as necessárias escusas, informamos que normativos nacionais brasileiros impossibilitam a concretização de recebimento de presentes de elevado valor, por autoridades públicas, ainda que utilizadas apenas para a demonstração de respeito e da possibilidade de convergência de interesses em ações conjuntas de interesse recíproco”, disse o chefe de gabinete. Não há informações sobre o valor do presente saudita.
Orientação busca evitar controvérsias como a das joias de Bolsonaro
A orientação da Receita Federal busca evitar controvérsias como as que ocorreram no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em março deste ano, o Estadão revelou que Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o Brasil um conjunto de colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes, avaliado em R$ 5,1 milhões pela perícia da Polícia Federal (PF), como revelou o Estadão.
Ao tentar passar pela alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, as joias foram apreendidas pela Receita Federal. Uma apuração do Estadão mostrou que Bolsonaro atuou pessoalmente para tentar liberar o conjunto de joias. Ao todo, foram oito tentativas do ex-presidente para reaver as pedras preciosas sem declaração, envolvendo até pressão na Receita e a cartada de acervo pessoal.
Estadão