Depoimento de Bolsonaro fecha ruas no entorno da PF

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Foto: Patrik Camporez/O GLOBO

A Polícia Federal montou um esquema de segurança especial para ouvir os depoimentos simultâneos do ex-presidente Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle e mais outras seis pessoas. Eles vão ser ouvidos nesta quinta-feira pela Polícia Federal sobre um suposto esquema de venda de presentes oficiais, como relógios e joias, no exterior.

A Polícia Militar foi deslocada para fazer a segurança no entorno do prédio da sede da PF, em Brasília. Algumas áreas foram isoladas com fitas amarelas para evitar que apoiadores e manifestantes se aproximem. Viaturas da PF também foram posicionados na área que circunda o prédio.

A previsão é de que os depoimentos comecem a partir das 11 horas. A estratégia dos investigadores é que cada um deponha separadamente, numa forma de tentar evitar combinações de versões. É a quinta vez que o ex-presidente será ouvido nos últimos quatro meses.

Também serão interrogados o ex-chefe da Ajudância de Ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, o pai dele, general Mauro Cesar Lourena Cid, o advogado Frederick Wassef, o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e os assessores Marcelo Costa Câmara e Osmar Crivelatti.

Os depoimentos de hoje serão realizados em um contexto diferente das outras vezes: desde a semana passada, Mauro Cid passou a responder os questionamentos da PF e colaborar com a investigação. Na sexta e na segunda-feira passadas, o ex-ajudante de ordens esteve na sede da corporação por cerca de 16 horas. A mudança na estratégia de defesa de Cid ocorreu após o advogado Cezar Bitencourt assumir o caso.

Na avaliação dos investigadores, a apuração sobre a venda de presentes oficiais dados a Bolsonaro por autoridades estrangeiras é a que está em estágio mais avançado e a que reúne o maior número de indícios da prática de crimes, como trocas de mensagem, fotos e até recibos de venda e de recompra dos itens valiosos.

Os elementos foram obtidos pela PF por meio de quebras de sigilo telefônico e telemático e buscas e apreensões autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os delegados que tomarão os oito depoimentos hoje agora querem ouvir a versão a respeito do que foi encontrado.

O Globo