Filho 04 está “surpreso” por ser investigado

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Foto: Evaristo Sá/AFP

A defesa de Jair Renan afirmou que o filho 04 de Jair Bolsonaro está “surpreso” com a operação da Polícia Civil do Distrito Federal deflagrada nesta quinta-feira (24). Em nota, o advogado Admar Gonzaga afirmou que, apesar disso, seu cliente está “absolutamente tranquilo com o ocorrido”.

A investigação mira um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Os policiais cumpriram dois mandados de busca contra Renan, um em Balneário Camboriú (SC), onde ele mora atualmente, e um outro em Brasília.

O criminalista afirmou que foi recém-constituído como representante de Jair Renan e que, por isso, ainda não obteve acesso aos autos da investigação ou informações sobre os fundamentos da decisão judicial que autorizou as buscas contra o filho do ex-presidente.

Ele disse ainda que não houve condução de Jair Renan para depoimento ou qualquer outra medida.

“Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Distrito Federal e em Santa Catarina. No Distrito Federal as ordens foram cumpridas em Águas Claras e no Sudoeste, em desfavor do alvo principal e dois comparsas”, afirmou, em nota, a Polícia Civil do DF.

Um dos “comparsas” seria Jair Renan, segundo as investigações. Foram apreendidos nos endereços vinculados a ele um celular, um HD e alguns papeis com anotações.

A polícia prendeu o mentor do esquema e tenta capturar um segundo envolvido, que teve decretada sua prisão, mas que se encontra foragido. Essa segunda pessoa, de acordo com a corporação distrital, e também procurado por crime de homicídio ocorrido no Distrito Federal.

O inquérito apontou a “existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, ‘testa de ferro’ ou ‘laranja’, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas ‘fantasmas’, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas”, diz o comunicado da polícia.

O caso está a cargo da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, da área de combate à corrupção e ao crime organizado da Polícia Civil do DF. A operação foi batizada de Nexum.

Os nomes do presidente e dos filhos já foram ligados a casos sobre funcionários fantasmas, evolução patrimonial suspeita, vínculo com miliciano e caixa dois eleitoral. Em alguns casos, a família é diretamente investigada, em outros, teve o nome mencionado em depoimento ou manteve algum vínculo indireto com os envolvidos.

Bolsonaro foi recentemente condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por mentiras e ataques ao sistema eleitoral, ficando assim inelegível pelos próximos oito anos, e ainda enfrenta uma série de ações na Justiça, como no caso das joias e sob a suspeita de responsabilidade nos ataques de 8 de janeiro.

Folha