Janja destrói críticas a apagão com um tuíte

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Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Repercutiu nas redes sociais e nos meios políticos a postagem da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, sobre a Eletrobras, em meio ao apagão que afetou 25 estados brasileiros e o Distrito Federal e deixou cerca de 29 milhões de pessoas sem luz por até 6 horas.

“A Eletrobras foi privatizada em 2022. Era só esse o tuite”, escreveu a primeira-dama, no que foi interpretado como uma sugestão de que a privatização da estatal tem relação com o apagão. Não há evidência de participação da companhia no episódio.

Janja não foi a única petista a fazer esse tipo de postagem, mas no caso dela a relação com a Eletrobras vem de longe – e foi relembrada nesta terça-feira por executivos com quem conviveu na estatal.

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Funcionária da empresa desde 2005, ela saiu da companhia em um programa de demissão voluntária aberto pela Itaipu em novembro de 2019. O chefe de Janja era o general Joaquim da Silva e Luna, presidente da Itaipu nomeado por Jair Bolsonaro. Já o CEO da Eletrobras, a empresa-mãe, era o executivo Wilson Ferreira – que se demitiu do cargo nesta terça-feira.

Na época, a hoje primeira-dama era secretária da diretoria em Itaipu e trabalhava no escritório de Curitiba, com salário de R$ 20 mil.

Assumiu o cargo na gestão petista, quando o presidente de Itaipu era Jorge Samek.

Mas o general Silva e Luna decidiu transferir todas as atividades administrativas para Foz do Iguaçu, onde fica a sede da usina, e fechar a sede da capital paranaense.

Dos 130 funcionários, 120 se transferiram e 10 se aposentaram e aderiram ao programa de demissão voluntária. Janja estava entre esses 10 aposentados. Tinha então 52 anos, já era namorada de Lula e fazia planos de se casar com ele.

Além da primeira-dama, também associaram a privatização da Eletrobras ao apagão o petista Lindbergh Farias (PT-RJ) – “Os principais efeitos seriam aumento da tarifa e apagões. Aí está o resultado. Nós avisamos!” – e Guilherme Boulos, do Psol – “Passando para lembrar que em 2022, Bolsonaro privatizou a Eletrobrás, da pior forma possível. Menos de um ano depois: apagão em 25 estados”, postou.

Tom semelhante foi adotado pelo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, que na entrevista coletiva de terça-feira sobre o apagão passou mais tempo falando sobre a privatização da Eletrobras do que do problema em si.

Ainda assim, Silveira evitou fazer uma ligação direta entre uma coisa e outra. Mas defendeu Janja de críticas dizendo que sua postagem foi uma manifestação “natural e real”.

“Afirmar que a Eletrobras foi privatizada em 2022 nada mais é do que fazer uma constatação da realidade. Ela foi privatizada em 2022 e eu sempre fiz a minha manifestação de que isso não foi bom”, disse o ministro.

O Globo