Lula diz a verdade sobre o Congresso

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Foto: Reprodução/Canal Lula

Ex-presidente lembra que a maioria do Congresso é eleito por grupos de interesse, como ruralistas, empresários e banqueiros. Confira

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 29, que a maioria dos deputados e senadores não representa o “povo trabalhador”. De acordo com o petista, quando o eleitor vota “de forma estabanada”, “planta vento e colhe tempestade”. Lula fez a declaração no programa “Conversa com o Presidente”, produzido pela EBC, ao criticar a diferença entre a taxação de ricos e pobres no Imposto de Renda.

“Os deputados e senadores eleitos não são representantes, na sua maioria, do povo trabalhador. Eles são dos setores que vieram da classe média, de profissionais liberais, muitos são fazendeiros, que não se declaram fazendeiros, se declaram contadores, advogados, médicos. A maioria dos deputados são pessoas que pertencem a uma classe média alta. Quando chega um projeto para votar, muitas vezes não votam de acordo com os interesses da maioria do povo. Eles votam a favor dos interesses daquela sociedade que eles vivem no meio”, disse.

“Por isso, na época da eleição, o povo tem que saber votar em gente que tem afinidade com aquilo que ele pensa, com aquilo que ele quer, com aquilo que ele acredita. Se a gente vota de forma estabanada em qualquer um, é aquilo ‘quem planta vento, colhe tempestade’.”

Segundo Lula, o governo dele começou a inserir ricos no Imposto de Renda a partir desta segunda-feira, 28, com a assinatura da medida provisória que institui tributação periódica sobre os rendimentos dos fundos exclusivos de investimentos, também chamados de fundos dos “super-ricos”.

O petista afirmou que no Brasil há “pessoas espertas” que burlam o Imposto de Renda, ou que conseguem benefícios em projetos votados no Congresso. “O que não falta no Brasil são pessoas espertas, que sempre estão encontrando um jeito de burlar a lei para não pagar Imposto de Renda. Ou, na pior das hipóteses, consegue fazer com que passe um projeto no Congresso Nacional, que beneficie essa minoria.”

Também na live semanal, o presidente disse que, hoje, o Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, é mais forte do que o G-7, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. “Eu acho que o mundo não será mais o mesmo. O Brics hoje é mais forte que o G-7″, afirmou.

Lula esteve na reunião de cúpula dos Brics na semana passada, realizada na África do Sul. O grupo terá a adesão de Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã em 2024. Para o chefe do Executivo, a entrada dos seis países vai tornar o bloco “mais poderoso, mais forte e mais importante”.

Hoje, o Brics representa quase 25% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, enquanto o G-7 corresponde a 43% da economia global.

Estadão