Por que Cid fez confissão em vez de delação

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Foto: Sérgio Lima

Em entrevista ao UOL News, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo avaliou que a formação militar de Mauro Cid explica a decisão do tenente-coronel em fazer uma confissão em vez de uma delação no caso das joias envolvendo Jair Bolsonaro.

A delação é o melhor caminho, nesse caso. Se eu fosse o advogado de Cid, ou seguiria pela delação, que me parece o único plausível, ou sairia do caso. O que aconteceu foi uma derivação disso, com uma confissão. Por quê? A sensação que tenho é pela formação militar de Cid. ‘Não sou delator; confesso, mas não delato’. É a única explicação que vejo.
José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça

Cardozo destacou que a recente troca do advogado de defesa de Mauro Cid tenha sido feita já de olho em uma possível confissão. O ex-ministro considerou que a decisão do tenente-coronel “não é mais vantajosa” do que se ele optasse pela delação.

Cezar Bitencourt é contra a delação premiada. A própria escolha por um advogado que não defende a delação talvez já tenha sido feita com esse intuito. A meu ver, é desvantajoso [a possível confissão de Cid], mas é a postura dele nesse momento e há que se respeitá-la. É uma decisão exclusivamente dele e de sua defesa.
José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça

Josias de Souza avaliou que Jair Bolsonaro está próximo de ser novamente convocado para depor à Polícia Federal, que aumentou o cerco ao ex-presidente e deve colher mais evidências com a possível confissão de Mauro Cid. O colunista ressaltou como o depoimento do hacker Walter Delgatti à CPI do 8/1 forneceu ainda mais elementos para a PF.

O principal problema do Bolsonaro está na Polícia Federal, que está se equipando para inquiri-lo. Bolsonaro será convocado oportunamente para prestar novo depoimento à PF, que o está cercando. No caso do Mauro Cid, ela vai ganhar uma confissão de presente, que deixa o Bolsonaro em situação muito complicada no caso da venda das joias.
Josias de Souza, colunista do UOL

Josias de Souza criticou o vazamento da operação da Polícia Federal contra a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal, suspeita de omissão nos atos golpistas de 8/1. O colunista cobrou uma investigação rigorosa para identificar quem repassou as informações para a imprensa um dia antes de a ação da PF acontecer.

Não é concebível deixar vazar na véspera a notícia sobre a operação que se dará na manhã seguinte. Quem tinha problemas teve tempo para limpar gavetas, esconder celulares e arquivos. Não é concebível uma coisa como essa com um tema tão delicado. É preciso esclarecer como ie de onde isso vazou.
Josias de Souza, colunista do UOL

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