Por que depósito judicial de Bolsonaro irritou Tarcísio

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A cúpula do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ficou irritada com a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de depositar, em juízo, a quantia de R$ 913 mil para quitar as dívidas com multas aplicadas pela gestão do ex-governador João Doria por não usar máscara durante a pandemia.

A quitação do débito ocorreu na última quarta-feira (16/8), um dia após Tarcísio enviar à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) um projeto de lei que concede anistia a multas aplicadas pelo descumprimento das normas sanitárias adotadas durante o período mais crítico da pandemia.

Bolsonaro já havia cobrado de seus aliados no governo Tarcísio a retirada ao menos dos juros das multas apliacadas a ele entre os anos de 2020 e 2021, quando o ex-presidente acumulou dívidas que somam R$ 1 milhão com a Fazenda de São Paulo. Ele chegou a ter mais de R$ 500 mil bloqueados pela Justiça paulista e pediu doações por Pix para quitar os débitos.

Tarcísio propõe anistia que pode livrar Bolsonaro de multa milionária

O Metrópoles apurou que o que mais irritou o Palácio dos Bandeirantes foi o fato de Bolsonaro ter depositado o valor da dívida em uma conta judicial vinculada aos processos de cobrança das dívidas, e não diretamente na conta da Fazenda estadual.

Com isso, Bolsonaro assegura a devolução do dinheiro depositado em juízo caso a lei da anistia seja aprovada pela Alesp. Pelo texto enviado por Tarcísio à Assembleia, as multas já pagas diretamente ao governo não serão restituídas pelo Estado mesmo se a lei for aprovada.

Um aliado do governador viu na manobra de Bolsonaro uma jogada política para justificar as doações de R$ 17 milhões que recebeu de apoiadores via Pix para quitar esse tipo de dívida, enquanto Tarcísio ficou com o desgaste de apresentar uma anistia que beneficiaria seu padrinho político.

Além disso, o próprio Tarcísio já pagou uma multa que recebeu da Vigilância Sanitária paulista por retirar a máscara em evento com Bolsonaro em São Paulo, na pandemia, quando era ministro da Infraestrutura.

Metrópoles