7 de setembro terá mais segurança que posse de Lula
Foto: Gabriela Biló/Folhapress
O primeiro evento de comemoração do 7 de Setembro do atual governo Lula (PT) fechará as principais vias de Brasília e contará com um efetivo policial maior do que o usado para a posse do presidente, em janeiro.
Os atos golpistas de 8 de janeiro serviram de aprendizado para as forças de segurança do Distrito Federal e do governo federal.
Por isso, apesar de não ter nenhuma manifestação registrada para o dia, o governo do DF optou por aumentar o efetivo deslocado para o evento. Números de policiais não serão divulgados por questão de segurança.
O governo do DF se reuniu durante os últimos dois meses com forças de segurança nacional, como a Polícia Federal e PRF (Polícia Rodoviária Federal), para fechar um planejamento de segurança.
A expectativa das autoridades é de receber 30 mil pessoas para a celebração.
O efetivo será maior do que o 7 de Setembro do ano passado e do que a posse do presidente Lula. A população de Brasília pode ficar tranquila que o efetivo será suficiente para que 7 de Setembro ocorra na maior paz possível.
Adão Macedo, comandante-geral da PMDF
Os prédios da praça dos Três Poderes (Congresso Nacional, STF e Planalto) têm equipes de segurança própria, que também estão organizadas para isolamento e proteção da área. Os comandantes participaram das reuniões com o governo do DF.
Polícia Federal, Gabinete de Segurança Institucional, Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e Polícia Civil do DF monitoram ameaças e possíveis tentativas de ataques individuais.
O STF manterá o esquema de segurança criado para o evento nos anos anteriores e reforçado após os atos golpistas de 8 de janeiro. Haverá aumento de agentes de outros tribunais, como o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).
Há também barreira antidrone e captação aérea de imagens. O tribunal também monitora eventuais ameaças, especialmente nas redes sociais, mas não identificou uma situação considerada grave até o momento. Mesmo assim, os ministros seguem com uma equipe de segurança reforçada —a mesma em vigor desde 8 de janeiro.
O 7 de Setembro foi explorado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores e aliados. No ano passado, a data foi usada para alimentar um rumor de golpe militar.
Neste ano, os bolsonaristas não veem clima para festa nem para usar o feriado como manifestação política, como ocorreu em outros anos. Foi num 7 de Setembro em que Bolsonaro xingou o ministro Alexandre de Moraes, por exemplo.
O governo Lula busca, agora, normalizar o feriado e passar uma mensagem de união e democracia. É o mesmo teor adotado por ele durante a campanha à Presidência.
Lula fará um pronunciamento à nação hoje à noite em que focará em “democracia e união”. Ele não deverá passar por questões ideológicas ou partidárias, em contraponto a Bolsonaro.
Estruturas foram montadas ao longo da Esplanada dos Ministérios para que o público presente possa assistir a um desfile organizado pelo Comando do Exército.
Com início às 9h, a cerimônia deve durar cerca de uma hora e meia, com encerramento com show aéreo da Esquadrilha da Fumaça da FAB (Força Aérea Brasileira). Lula deverá chegar ao local no tradicional Royls-Royce aberto, também usado nas posses presidenciais.
O desfile terá como tema “Democracia, soberania e união”. Desde a campanha, Lula tem insistido que os símbolos nacionais, cooptados pelo bolsonarismo nos últimos quatro anos, voltem a ser relacionados “ao povo brasileiro”, não a marchas golpistas.
Os eixos temáticos do desfile reforçam a mensagem que o governo busca emplacar. São elas:
“Paz e Soberania”, com militares que participaram de missões de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), como no Haiti, e integrantes de associações que resgatam a história da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que lutou na Itália durante a Segunda Guerra;
“Ciência e Tecnologia”, com alunos dos Institutos Militar de Engenharia, Tecnológico da Aeronáutica e engenheiros militares da Marinha do Brasil;
“Saúde e Vacinação”, com integrantes do serviço de saúde das Forças Armadas;
“Defesa da Amazônia”, com militares da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, de São Gabriel da Cachoeira (AM), do Exército Brasileiro.