Assessora diz em livro que Marielle seria presidente

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Assessora parlamentar de Marielle Franco (PSOL), Fernanda Chaves afirma em livro a ser lançado hoje ter dito em vários momentos que seguiria “até o fim” com a vereadora carioca, morta a tiros em 2018. Fernanda estava no carro que foi alvejado por diversas vezes no bairro do Estácio, no centro do Rio — o motorista Anderson Gomes também morreu.

Eu disse a ela algumas vezes que estaríamos juntas até o fim, coisa de amiga mesmo. Lembro de dizer isso quando ela veio me chamar para estar no mandato dela, em 2016. Ela disse que precisava se cercar de pessoas de plena confiança na coordenação do gabinete. Fernanda Chaves, assessora de Marielle Franco Livro “Nesse Lugar”

Assessora conta que acreditava que Marielle poderia ser presidente da República. No livro, Fernanda relata que conversou com a vereadora sobre isso “quando soube da possibilidade de ela se candidatar”. Segundo a assessora, Marielle dava “uma estrondosa gargalhada” ao ouvir isso, embora “a observação fosse seríssima”.

Lembro de ter dito a ela: ‘Você é a única pessoa que eu conheço que acho que pode ser absolutamente qualquer coisa que resolver ser, até presidenta da República’. Ela seria presidenta da República se cismasse com isso. Trecho do livro “Nesse Lugar”, de Fernanda Chaves e Priscilla Brito Batizado de “Nesse Lugar”, o livro foi escrito em parceria com a socióloga Priscilla Brito. A obra narra os fatos ocorridos entre o fim da campanha eleitoral de 2016, na qual Marielle foi eleita pelo PSOL com mais de 46 mil votos, e 14 de março de 2018, dia em que a vereadora e o motorista Anderson foram mortos a tiros.

O lançamento será em Brasília. Fernanda foi ferida no atentado. A assessora estava do lado esquerdo do banco de trás do carro, ao lado de Marielle, e foi atingida por estilhaços do vidro rompido pela rajada de tiros. No dia, Fernanda foi levada a um hospital. Ela passou anos fora do país após o crime. Os mandantes do assassinato da vereadora não foram identificados até hoje.

Em 2019, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos e apontados como autores do homicídio. Em delação, Élcio afirmou que dirigia o carro do qual Lessa fez os disparos que mataram Marielle e Anderson. Os dois irão a júri popular, em data ainda a ser definida pela Justiça do Rio.

Apesar da inominável brutalidade do interrompimento de sua vida, Marielle continua chegando com muita força. O fim é relativo. Logo, os que tentaram apagá-la estão condenados ao resto de suas infelizes vidas a “conviver” com Marielle em todos os lugares. Trecho do livro “Nesse Lugar”, de Fernanda Chaves e Priscilla Brito

UOL