Biden discursa em greve e dá apoio a trabalhadores

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se juntou nesta nesta terça-feira, 26, a um piquete de trabalhadores da indústria automotiva Michigan, tornando-se o primeiro líder americano a participar de um ato grevista. O ato foi montado por sindicalistas do United Auto Workers (UAW), que reúne funcionários da Stellantis, Ford e General Motors, e Biden conversou com os trabalhadores grevistas e fez um discurso.

“Vocês, da UAW, salvaram a indústria automotiva em 2008”, declarou o chefe da Casa Branca. “Wall Street não construiu o país. A classe média construiu o país. E os sindicatos criaram a classe média. Isso é um fato. Então vamos continuar”, arrematou, sob aplausos. “Vocês merecem os aumentos significativos [de salários] de que precisam, e outros benefícios. Vamos recuperar o que perdemos”, acrescentou.

Biden pousou em Michigan nesta terça-feira e foi recebido no aeroporto por Shawn Fain, presidente da UAW. A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, classificou a visita como “histórica”. “Embora o presidente Biden não seja estranho aos piquetes – na verdade, ele se juntou ao UAW em um piquete em Kansas City, em 2019 –, hoje nós teremos a primeira vez que um presidente no cargo visitará um piquete nos tempos modernos”, disse Jean-Pierre.

Nada em vão.

O estado do Michigan pode ser um dos estados-chave para a vitória na corrida eleitoral de 2024, na qual Biden é um dos principais candidatos. Depois dele, seu principal rival, o ex-presidente Donald Trump, deve visitar os sindicalistas na quarta-feira, 27. O republicano anunciou sua viagem antes da do democrata e acusouo o presidente de copiá-lo. Nos últimos anos, de forma relativamente contra-intuitiva, o Partido Republicano tornou-se bastião para os trabalhadores americanos, em sua defesa de redução de impostos e promessas de controlar a inflação por meio da redução dos gastos do governo. Agora, Biden deverá provar que é o verdadeiro defensor da classe trabalhadora – empreitada que começou ainda em 2020, com o plano “Build Back Better”, que, entre outros objetivos, pregava o ressurgimento da indústria americana.

Outra preocupação eleitoral é que o conflito na indústria automotiva pode atingir a economia americana e prejudicar ainda mais sua popularidade. No entanto, o presidente não deve se envolver diretamente nas negociações entre empregados e fabricantes para resolver o problema. O apoio dos sindicatos foi fundamental para a vitória de Biden em 2020.

Com o suporte do UAW à sua candidatura, o estado de Michigan, que votou de forma maciça em Trump em 2016, voltou a escolher um democrata.

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