Mensagem mostra Cid confessando contrabando de joias

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Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), comentou em uma mensagem de aplicativo que o modo não-oficial de entrada de joias saudistas em território brasileiro se tornou um grande complicar no caso. Algumas delas, por exemplo, teriam sido trazidas dentro de uma mochila. “Esse foi o grande problema”, escreveu ele.

Ele utilizou a frase em uma mensagem enviada em 4 de março deste ano, durante conversa com o advogado e ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fabio Wajngarten.

Cid se refere ao caso do possível esquema de venda e recompra dos presentes enviados por delegações estrangeiras, durante o governo Bolsonaro, em 2021. O colar de diamantes entregue pelo governo saudita ficou retido na Receita Federal, enquanto o kit rosê gold entrou no Brasil através da mochila de um dos assessores do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

As mensagens trocadas entre Cid e Wajngarten foram obtidas pela colunista Juliana Dal Piva, do portal Uol. Nelas, o tenente-coronel envia um tuíte de um perfil de humor que mencionava que as joias estariam escondidas em uma mala diplomática, e o fim da mensagem questionava o motivo de trazerem “escondido”.

A coluna ainda revelou que Cid admitiu, também em março, que os itens eram “de interesse público, mesmo que sejam privados”, fato que contradiz o argumento da defesa do ex-presidente, que chegou a pedir a devolução das joias ao Tribunal de Contas da União (TCU), por “pertencerem a Bolsonaro”.

A PF investiga se Jair Bolsonaro tinha conhecimento das negociações ilegais feitas por Cid, ou até mesmo se ele foi responsável por instruir os ajudantes de ordens a vender os presentes sauditas no exterior. Tanto o ex-presidente quanto Michelle Bolsonaro tiveram a quebra do sigilo fiscal e bancário autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A Operação Lucas 12:2 investiga o destino de presentes entregues ao então presidente Jair Bolsonaro durante visitas oficiais. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os itens devem ficar no acervo da União, e não no acervo pessoal do ex-mandatário.

Em 11 de agosto, aliados e auxiliares de Bolsonaro foram alvos de ação da PF no caso das joias. São eles: o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, o ex-ajudante de ordens e tenente-coronel Mauro Cid, o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef e o segundo-tenente Osmar Crivelatti.

Metrópoles