Boulos diz que Hamas não representa todos os palestinos

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Três dias após o infectologista Jean Gorinchteyn ter saído de sua pré-campanha na capital de São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) readequou sua fala sobre a ofensiva organizada pelo Hamas em Israel. Em discurso na tribuna da Câmara, nesta terça-feira, o parlamentar citou nominalmente o autor o grupo terrorista, apesar de não tê-lo chamado desta forma.

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— Diante da situação trágica que nós estamos acompanhando no Oriente Médio eu queria aqui me solidarizar com todos os familiares das vítimas dos ataques propagados pelo Hamas — disse Boulos, que continuou — Nada justifica o assassinato de civis inocentes.

Em seguida, o parlamentar afirmou ser importante pontuar que o grupo terrorista não representa o povo palestino como um todo. Neste contexto, fez críticas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu:

— Quero aqui me solidarizar também com todas as vítimas dos ataques feitos pelo governo de extrema direita de Benjamim Netanyahu que, com a sua atitude de violência contra os palestinos nos últimos anos e descumprimento dos acordos internacionais, só agravou o conflito.

No último sábado, quando os conflitos se iniciaram no Oriente Médio, Boulos teve sua imagem vinculada ao grupo terrorista por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Naquela ocasião, em postagem no X (antigo Twitter), ele afirmou que sua luta a favor da Palestina sempre foi pública, o que não significa adesão ao Hamas.

Nesta terça-feira, o deputado lamentou o uso de fake news em um momento “dramático”.

— Lamento muito que num momento trágico como esse setores de extrema direita aqui no Brasil inventem fake news e trabalhem com mentiras com finalidades eleitoreiras. Querendo fazer associações absurdas entre a nossa atuação e o Hamas. Nosso foco nesse momento precisa ser se solidarizar com todas as vítimas — finalizou.

Baixa na pré-campanha
Ao ter se posicionado sábado, sem criticar nominalmente o Hamas, Boulos teve a baixa de Jean Gorinchteyn na sua pré-campanha.

“Diante da postura pró-Palestina que não menciona ou condena o grupo extremista Hamas pelos atentados terroristas em Israel no último sábado, que vitimaram civis e sequestraram mulheres e crianças de forma bárbara, adotei a decisão oficial de me retirar da coordenação do plano na área de Saúde”, disse Gorinchteyn em pronunciamento.

O Globo