Dino critica criação do Ministério da Segurança

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Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar nesta terça-feira que avalia criar uma pasta exclusiva para a Segurança Pública, o ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu que o desmembramento da pasta pode “diminuir a eficácia” dos trabalhos.

Nesta manhã, Lula declarou que está “pensando quais condições” para a criação do novo ministério voltado para a Segurança Pública e como ele poderia interagir com a segurança nos estados. Dino, contudo, mantém seu argumento de que a área já é central na atual configuração e que a divisão prejudicaria o bom desempenho das ações de justiça e segurança.

— Há uma vinculação inegociável entre investigação judicial e atos policiais. Separar ao meu ver, longe de ampliar eficiência, diminui a eficácia — disse o titular da Justiça em conversa com jornalistas no fim desta tarde.

Segundo Dino, o assunto não está na mesa. Entretanto, no mesmo dia, ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a criação de uma pasta de Segurança Pública será discutida nesta quarta-feira em uma reunião com Dino e com o ministro da Defesa, José Múcio. Segundo Costa, a decisão depende de discussões sobre “conteúdo, propósito e alcance” da nova pasta.

O ministro da Justiça tem sofrido pressão de uma ala do PT que defende o desmembramento da pasta. Um dos argumentos é que a medida deixaria clara a prioridade do governo em relação ao tema.

Violência no Rio
Dino também comentou sobre as ações das corporações federais no Rio de Janeiro. Na segunda, o estado sofreu o maior ataque efetuado pela milícia após a morte do paramilitar Faustão na Zona Oeste da cidade, com 35 ônibus incendiados.

Ao falar de medidas de segurança para o estado, Dino descartou a possibilidade de uma intervenção, a exemplo do que ocorreu no governo de Michel Temer, quando o general Walter Braga Netto assumiu a gestão da segurança no estado.

— Não é uma decisão que o presidente pode adotar a qualquer momento porque deseja. É preciso que se caracterize a completa ausência do governo, o que não há no momento. Não existe base para ter uma intervenção federal. O que vamos continuar fazendo é ampliação da participação federal com as Forças Armadas — reforçou.

A possibilidade também foi descartada por Lula. Pela manhã, o chefe do Executivo esteve com Múcio para discutir a atuação das Forças Armadas na segurança do Rio. A ideia é intensificar a atuação de militares em portos e aeroportos para combater o crime organizado.

O Globo