Relatório final da CPMI virá segredo de Estado

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Relatora da CPI do 8 de janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) não liberou nem mesmo aos seus assessores mais próximos o acesso ao relatório final sobre os trabalhos da comissão.

O documento será apresentado na manhã de terça-feira (17), e detalhes finais ainda precisam ser acertados. A expectativa no gabinete da parlamentar é que a redação das últimas páginas do parecer se estenda pela próxima madrugada adentro.

Por ora, apenas Gama e um consultor do Senado Federal têm pleno acesso ao que está sendo redigido. A blindagem busca evitar vazamentos que eventualmente possam minar a credibilidade de todo o trabalho desenvolvido por ela e pela CPI ao longo dos últimos meses.

Há ainda, entre seus assessores, o entendimento de que a comissão é uma das mais emblemáticas e sensíveis dos últimos anos por envolver protagonistas de diferentes setores da sociedade e dos Poderes, indo de militares a ministros e ex-ministros, seja da situação ou da oposição.

Apenas uma síntese do extenso documento será lida na terça. Integrantes da CPI do 8 de janeiro devem pedir vista para analisar seu teor, mas a expectativa é que esse prazo não ultrapasse as 24 horas de duração e que o texto seja votado já na quarta-feira (18).

Nesta segunda-feira (16), Gama afirmou que é “pura especulação” os nomes de supostos indiciados que apareceriam no relatório final. “Quem fala pelo parecer final é a própria relatora. E tão somente ela e no momento adequado trará os detalhes e resultados daquilo que é fruto do trabalho de meses de investigação”, disse, em nota.

Ao comentar o encerramento dos trabalhos da comissão, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha, afirmou que o relatório da senadora vai “botar pá de cal definitiva” na “teoria terraplanista” que sugere haver responsabilidade do governo federal e do Judiciário nos ataques golpistas de 8 de janeiro.

Folha de SP