Brasil importa mais lixo cultural: ódio

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Eduardo Guimarães

Ao longo da história deste nosso lindo e hospitaleiro paraíso tropical, vimos importando lixo cultural e ideológico insistentemente. Todavia, nos últimos anos chegamos ao paroxismo da prática. Armamentismo e chacinas em escolas, extremismo político ineditamente bizarro, fanatismo religioso ultrapotente e, agora, ódio no modo “amor pela guerra”.

Não ouse pedir paz. Não ouse pedir que Israel pare de jogar mísseis nos palestinos e que o Hamas pare de jogar mísseis em Israel. Já foi decretado que você é obrigado a tomar partido. Você não tem o direito de dizer que não quer que a guerra continue.

Sim, é isso mesmo. A nova droga cultural que estamos importando em contêineres fechados faz com que quem diz que a guerra deve continuar até exterminar o outro lado seja um pacifista e aquele que diz que é preciso um cessar-fogo seja “belicista”, “genocida”, “racista”, “escroto” etc.

E fica muito fácil essa premissa maluca se estabelecer porque os dois lados só querem continuar guerreando em… PAZ (?!).

Um lado diz que não existe guerra porque Israel está armado até os dentes e o outro está desarmado e sendo submetido a genocídio, o que é a mais pura verdade. Porém, o que é que o Hamas joga nos israelenses? Flores? Claro que boa parte dos palestinos não apoia o Hamas, mas boa parte dos israelenses tampouco apoia Netanyahu e os sionistas…

Uma boa definição para guerra é: conflito em que um joga mísseis no outro. Infelizmente, os palestinos estão no meio de tudo isso. Os dois lados, Hamas e Israel, usam-nos como escudos.

O presidente da República Federativa do Brasil se recusa a apoiar formalmente algum dos lados, apesar de, atualmente, a direita apoiar Israel e a esquerda apoiar o Hamas e/ou a Palestina. Não peçam a qualquer pessoa sensata que tome partido nessa loucura.

Ah, mas morreram palestinos. Sim, como morreram isralenses. Mas morreram muito mais palestinos. Sim, é verdadeira essa contabilidade macabra. Os israelenses têm muito mais meios de matar e o Hamas tem muito menos. Mas e se fosse ao contrário, o Hamas usaria esse maior poder de matar? Quando atira mísseis em Israel ele não quer ferir inocentes?

Perguntemos aos reféns que o grupo islâmico fez…

Eis, então, o derradeiro argumento de um dos lados: os palestinos não mataram ninguém. Infelizmente, serem alvos dos mísseis israelenses faz com que até suas crianças ataquem com pequenas e débeis facas qualquer israelense que virem pela frente. Mas são crianças, Eduardo! São mulheres, crianças e idosos desarmados ou mal-armados…

Claro que são, e é claro que crianças não matarão soldados armados até os dentes. Porém, porém, porém… Isso denota que há, sim, muito apoio ao Hamas entre os palestinos, assim como há muito apoio entre os israelenses aos crimes de Israel.

O que fazer, então? Vamos para a solução, por favor.

Opção 1

Israel se rende ao Hamas e sai do seu território. Seus 9,4 milhões de habitantes se espalham novamente pelo mundo, sem pátria de novo.

Opção 2

O Hamas se rende a Israel e seus 2,3 milhões de cidadãos iniciam um êxodo pelo Oriente, buscando subempregos para subsistirem de forma igual ou pior que antes. Ou podem ficar onde estão passando toda sorte de privações e opressão enquanto o Hamas se rende. Afinal, jamais conseguiu melhorar a vida de seu povo atirando mísseis em Israel.

Opção 3

Os dois lados sentam à mesa de negociação, como fizeram Yasser Arafat e Yitzhak Rabin em 1993. O mundo foi surpreendido pela notícia do consenso, pois, em Israel, ainda era proibido manter qualquer tipo de contato com a OLP. Mas o acordo ocorreu. Depois, foi rompido.

Mas um mau acordo sempre será melhor que uma “boa” briga. E teremos como tentar, desta vez, fazer o armistício ser mantido.

Estou sonhando? Tudo bem. Não posso resolver nem todos meus próprios problemas, mas posso, ao menos, alertar para o fato de que, por aqui, a adesão furiosa ao extremismo israelo-palestino está contaminando as pessoas.

Todo lixo cultural e ideológico que o Brasil andou importando está fazendo estragos. Extremismo político, fanatismo religioso e armamentismo estão matando a rodo por aqui. E, agora, uma nova droga chega ao “mercado”

Neste dia em que escrevo, cataloguei vários pedidos de simpatizantes dos palestinos e dos israelenses nas redes exortando os outros a “tocarem o terror” contra os adversários ideológicos. Está no Twitter ou em qualquer rede social.

E não é só aqui. Na madrugada de terça (31/10) para quarta (1/11), as ruas de Paris apareceram pichadas com Estrelas de Davi, segundo a Rádio França Internacional (RFi). Com que finalidade fizeram isso, a de enviar presentes ao moradores das casas marcadas?

E os locais habitados por muçulmanos e árabes, também não estão sujeitos a violência?

Aqui, no Brasil, temos essas etnias e o ódio entre os simpatizantes de um e de outro lado só faz aumentar. Na enorme comunidade do meu Canal no YouTube, com centenas de milhares de membros, as brigas se acirram em escala geométrica. Quanto tempo levará até que um dos lados (ou ambos) coloquem alguma loucura dessas em prática?