Dino no STF é jogada de mestre

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Dino no STF é jogada de mestre

 

Eduardo Guimarães

 

Finalmente se confirma uma jogada do presidente Lula que venho defendendo que fosse feita desde muito antes de a ministra Rosa Weber deixar o STF, porque muda a cara do Tribunal e impede que a oposição de extrema-direita no Congresso tente um golpe.

O bolsonarismo confunde Luiz Inácio Lula da Silva com a grande Dilma Vana Rousseff. Enquanto Dilma era, basicamente, uma grande gestora avessa ao jogo político, Lula é o que chamam de animal político, mas não só. É o maior estrategista político da história brasileira.

Nenhum político, vivo ou morto, conseguiu tantas vitórias quanto Lula na política, todas baseadas na mais fina estratégia, capaz de dar “nó em pingo d’água”. Um outro exemplo dela é a escolha de Geraldo Alckmin para vice-presidente.

Lula sabia da gritaria ingênua que se produziria na esquerda e na estupefação que se produziria na direita, mas sabia que Alckmin, como vice, não lhe daria votos onde já tinha, na esquerda, e nem daria tantos votos fora dela, porque o próprio Alckmin não tinha votos. Mas sabia que ele seria fundamental para formar Frente Ampla sem a qual não seria eleito.

Dino no STF será uma barreira instransponível aos devaneios golpistas que permeiam as mentes nazibolsonaristas, a começar pela do líder desse movimento nefasto que precisa ser esmagado até que não sobre nem a lembrança de que existiu.

Dino era o favorito também de um corpo do STF que caiu na real, uniu-se e entendeu que o neoliberalismo e o fanatismo religioso são os grandes inimigos deste país e são também aquilo que mantém tal país no atraso, na pobreza e na violência.

O STF, como Tribunal Constitucional, tem todas as condições para impedir um golpe parlamentar nos moldes daquele que foi desfechado contra Dilma. A experiência política de Dino naquela Corte, portanto, torna-se essencial para barrar qualquer invenção do tipo “pedalada fiscal”.

Mas Lula não se limitou a escolher Dino. No Senado, criou as condições para aprovar seu nome, aproximando-se do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, e da poderosa Comissão de Constituição e Justiça, pilotada por Davi Alcolumbre. Agora é só correr pro abraço.