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Procurador que esfaqueou juíza vai para Tremembé

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O procurador da Fazenda Nacional Matheus Carneiro Assunção foi preso nesta quinta, 3, após tentar matar a juíza federal Louise Filgueiras, no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. A informação foi revelada pela revista eletrônica Consultor Jurídico (Conjur) e confirmada pela reportagem do Estadão.

O TRF-3 tem jurisdição em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Sua sede fica na Avenida Paulista.

Assunção atacou a magistrada com uma faca, golpeando-a no pescoço, e deixando ferimentos leves. Às 20h, a reportagem fez contato com a assessoria de imprensa da Corte, que afirmou não saber de nada.

Ele invadiu o gabinete da magistrada, que atua em substituição ao desembargador Paulo Fontes, que está em período de férias. O agressor, segundo testemunha, atingiu a juíza próximo à jugular.

Depois de contido, o procurador afirmou que ‘queria fazer protesto’.

Assunção foi primeiro ao gabinete do desembargador Fábio Prieto de Souza, no 22º andar da Corte, mas ele não estava no local, já que participava de uma sessão.

Ele, então, desceu correndo pelas escadas e, no 21º andar, invadiu o gabinete da juíza. Inicialmente, ele atirou uma jarra de vidro em direção à magistrada. Depois, a golpeou com a faca.

O procurador da Fazenda Nacional foi detido e levado pela Polícia Federal.

Reações

Ministros do STF acreditam que o episódio confirma a necessidade do inquérito instaurado pelo próprio STF para apurar ameaças e ofensas disparadas contra integrantes da Corte. Um ministro acredita que a imprensa tem grande parcela de culpa em casos de violência contra magistrados por insuflar “falsos discursos moralistas”.

a Associação dos Juízes Federais do Brasil e a Associação dos Juízes Federais de São Pauloafirmaram que os magistrados sofrem de ‘falta de segurança crônica’, e que ‘momento político contribui para acirramento dos ânimos e o desrespeito ás instituições’.

Sindicância

O advogado-geral da União, André Mendonça, determinou, nesta quinta, 03, abertura de sindicância contra o procurador. Por meio de nota, a AGU afirma ‘lamentar o ocorrido’, ‘registra irrestrita solidariedade à magistrada e repudia todo e qualquer ato de violência’.

De ESTADÃO