Ucraniano é solto após juíza pedir tradutor da URSS
Foto: Natália Russo/AE
O Tribunal de Justiça do Rio determinou a soltura de um turista ucraniano detido por suspeita de furto a uma loja. Em decisão liminar, dada no sábado, 4, o desembargador Luiz Noronha Dantas indicou que o relaxamento da prisão do turista se dava não só pelo fato de a prisão em flagrante não ter sido convertida em preventiva em 24 horas, mas também por ter havido ‘imperícia estatal’ na obtenção de intérprete para o ucraniano – o juiz de custódia havia solicitado um intérprete à União Soviética, extinta em 1991.
A informação foi divulgada pela Defensoria Pública do Rio, que chamou a atenção, em pedido liminar, para ‘a ilegalidade da prisão tendo em vista a demora para a realização da audiência de custódia’.
Segundo a Defensoria, após solicitação de intérprete da União Soviética, o juiz encaminhou a requisição ao Consulado da Rússia.
Em resposta, foi informado que o tradutor seria inviável por ‘problemas diplomáticos’.
Os países têm uma relação tensa há cinco anos, desde que a Rússia anexou a Península da Crimeia, em março de 2014, após um referendo rejeitado por Kiev e pelo Ocidente.
Após a anexação teve início um conflito entre as forças separatistas ucranianas e pró-Rússia, que dura até hoje, tendo deixado mais de 13 mil mortos.