Tabata Amaral é citada em livro do MEC

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Foto: Reprodução

Um livro didático de inglês da editora FTD, selecionado pelo Ministério da Educação (MEC) para o período de 2020 a 2023, pede aos alunos a leitura de uma biografia da deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), escrita pela própria parlamentar, como um exercício de interpretação de texto.

O material, volume 7 do livro “Become”, é voltado para alunos do sétimo ano, ou seja, de aproximadamente 12 anos. Outro personagem apresentado no livro é a engenheira Lígia Stocche. Assim como Tabata Amaral, ela é ligada à Fundação Lemann e estudou em Harvard.

A informação foi antecipada pelo blog “De olho no livro didático”, em um texto assinado pelo professor Orley José da Silva. O edital em que o livro didático foi selecionado teve início no governo Temer e foi completado no governo Bolsonaro. Procurado, o Ministério da Educação respondeu que os livros que serão usados neste ano foram elaborados em 2018 e que fará adequações que identificar necessárias nos próximos anos.

“O Ministério da Educação esclarece que os livros didáticos que serão utilizados pelas redes de ensino este ano foram elaborados em 2018, de acordo com os critérios do edital lançado à época. Para a elaboração dos novos livros didáticos, o MEC fará as adequações que identificar necessárias”.

O livro foi selecionado para uso nas escolas da educação básica pública, das redes federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal. Os livros do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) são escolhidos por uma comissão técnica de especialistas de diferentes áreas, cujos membros são indicados por entidades ligadas à educação.

No texto, Tabata descreve sua trajetória. “Meu sonho é trabalhar com políticas públicas e educação”, diz a deputada. “Comecei a estudar em escolas públicas, mas recebi uma bolsa integral (…) depois de ir bem em uma Olimpíada de Matemática. (…) Recebi bolsas integrais para aprender inglês e concorrer a uma vaga em universidades americanas.”

“Todas as oportunidades incríveis desenvolveram em mim uma paixão enorme pela educação. Há muitos estudantes talentosos no Brasil que precisam receber só metade das oportunidades que eu recebi.” O texto cita o Movimento Mapa Educação, criado por ela e por Lígia Stocche.

No exercício, o aluno deve preencher, depois de ler, as informações básicas sobre o texto: o nome a nacionalidade de Tabata, a cidade em que ela mora, informações sobre seu país de origem e as línguas que ela fala, entre outros itens. Depois, deve escrever um perfil de si mesmo.

No início deste mês, o presidente Jair Bolsonaro qualificou os livros didáticos atuais como “lixo”, afirmando que atualmente eles têm “muita coisa escrita” e que é preciso “suavizar”. Segundo ele, a partir de 2021, quando os livros forem feitos por sua gestão, as publicações irão conter a bandeira do Brasil e o hino nacional.

A FTD disse que a obra é “pautada no rigor conceitual e nas diretrizes oficiais dos órgãos públicos”. “A escolha do trecho que menciona a hoje deputada – e outros jovens retratados na unidade – foi feita com foco no uso da língua inglesa como língua franca capaz de abrir portas para uma participação cidadã global. Portanto, o trecho destaca seu conhecimento da língua inglesa e como essa habilidade trouxe oportunidades para a mesma em outros países.”

“Vale dizer ainda que à época da elaboração desta página Tabata Amaral ainda não era candidata ao cargo público que hoje ocupa. A editora preza pela imparcialidade política e, na obra em questão, pelo aprendizado da língua inglesa.”

O Globo