
Seguidores de Bolsonaro começam a se irritar com ele
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Nas últimas horas, seus perfis receberam muitos comentários negativos de bolsonaristas contrários à hipótese – aventada pelo próprio presidente – de tirar a área de segurança pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado pelo ex-juiz federal Sergio Moro.
A separação do ministério seria uma medida que enfraqueceria politicamente o ex-juiz. O presidente não mencionou isso explicitamente no vídeo. Mas logo depois, em entrevista a jornalistas, disse que não há chance de dividir o ministério.
De dentro do carro que o levava para evento oficial, Bolsonaro falou por pouco mais de dez minutos e dirigiu-se diretamente aos críticos que frequentam suas redes sociais em várias ocasiões.
“Faço um apelo ao pessoal do Brasil, a gente acompanha o que acontece, né, apesar de a internet no avião ser muito fraca. É impressionante como as pessoas escrevem coisas da cabeça, assim, sem qualquer fonte, sem qualquer origem, e partem de forma agressiva nos comentários”, disse o presidente.
“Calma, pessoal. O povo da Argentina tratou Macri de forma semelhante. Olha quem voltou pra lá: a turma da [ex-presidente Cristina] Kirchner, a turma da Dilma, Lula, a turma do Foro de São Paulo”, afirmou Bolsonaro.
Mauricio Macri é ex-presidente da Argentina identificado como de direita. Ele disputou a reeleição no ano passado, mas perdeu para Alberto Fernández.
Bolsonaro pediu então para seus seguidores não ampliarem problemas internos de seu governo. “Não esperem que eu esteja 100% contigo. Nem mesmo num casamento não dá 100%, não é? Aqui tem coisa que a gente destoa. Agora, não potencialize isso. Me critique quando realmente eu errar. Se eu errar, desce o cacete. Agora, enquanto estiver em fase de gestação, discussão, de estudo, calma pessoal. Calma aí. Se não, não vai dar certo. Tá ok?”
O presidente também pareceu preocupado com os que reclamam do uso do cartão de crédito corporativo da Presidência da República. Chegou a dizer que, se for da vontade de seus seguidores, poderia zerar os gastos do cartão e pagar as despesas de viagens oficiais com dinheiro do próprio bolso.
“E os críticos do cartão corporativo. Devemos fechar 2019 com R$ 9 milhões de gastos de cartão corporativo. Grande parte das despesas dessa viagem é bancada pelo cartão corporativo”, disse. “Se vocês quiserem que eu devolva o cartão, zere, eu zero e pago a viagem com meu salário. É de R$ 23 mil líquidos por mês, que eu não estou reclamando, não”, afirmou.
No fim da transmissão, Bolsonaro fez uma despedida e pediu para internautas colocarem comentários no vídeo. E voltou a manifestar contrariedade com os críticos de redes sociais. “Agora comente com fundamento”, completou.
“Se não você está dando munição para o outro lado. Tá ok? Vejo muitos comentários. O que a gente estiver errando aqui a gente procura se adequar, né, tendo em vista os comentários. Agora, aquele pessoal que vai na… na parte pessoal, aí não dá para reagir.
Lamentavelmente a gente é obrigado a tomar outras providências com os botões ali do telefone celular. Tá certo? Lógico que eu não gosto de fazer isso, mas sou obrigado a fazer de vez em quando, tendo em vista a maneira como se referem a minha pessoa ou às vezes até mesmo à minha família”.
Não fica claro no vídeo qual é o tipo de “providências com os botões” que ele se refere.