Boato nas redes inflaciona rejeição de Bolsonaro
Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
São falsas as porcentagens de aprovação de Jair Bolsonaro divulgadas em post no Facebook, que afirma que a rejeição presidente chegaria a 85% da população brasileira. Na última pesquisa Datafolha, de dezembro do ano passado, o índice de reprovação era de 36%; no levantamento Ibope/CNI, do mesmo mês, a taxa de pessoas que considerava o governo ruim ou péssimo era de 38%.
O post no Facebook cita ainda índices de aprovação de Bolsonaro nos Estados, que variam de 7,46%, no Ceará, a 37,88%, no Paraná. O Estadão Verifica apenas encontrou registros desses números em um artigo do site “Diário do Centro do Mundo”, que cita um usuário do Twitter que diz ter reunido índices do Vox Populi e do Ibope. Tanto o artigo quanto o tuíte estão fora do ar.
A última pesquisa de avaliação de governo Vox Populi divulgada pela imprensa é de agosto do ano passado. Neste levantamento, encomendado pelo PT, o índice de aprovação de Bolsonaro é de 23%. Outros 35% responderam que consideram a gestão regular e 40% disseram que o governo é ruim ou péssimo.
Não há discriminação de taxa de aprovação por Estados; o instituto pesquisou por região e encontrou índices de 32% no Sul, 27% no Sudeste, 22% no Centro-Oeste/Norte e 18% no Nordeste.
Por telefone, o Vox Populi informou que não registrou nenhuma pesquisa em janeiro e que qualquer levantamento divulgado pelo Facebook é falso.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.