Miliciano era responsável por investigação no Rio

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Foto: Reprodução

Preso nesta quinta-feira durante a operação Os Intocáveis II , policial civil Jorge Luiz Camillo Alves é chefe do Setor de Investigações (SI) da 16ª DP ( Barra da Tijuca ). Ele era responsável pelas investigações sobre as construções irregulares na Muzema, na Zona Oeste do Rio. A área é dominada por uma milícia que lucrava com construção de imóveis e empreendimentos comerciais. Segundo o Ministério Público (MP), Camillo daria apoio a esse grupo paramilitar.

De acordo com o MP, Camillo — preso em casa — foi flagrado em uma “intensa sequência de diálogos” com Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes junto com Élcio de Queiroz. O MP chegou a esse policial civil graças à análise de um telefone celular apreendido na Operação Lume, durante a qual Lessa e Queiroz foram presos.

O policial era tratado por Lessa como o Amigo da 16, em referência à delegacia da Barra da Tijuca, informou o MP. Segundo o órgão, o tratamento se repetia em “em vários trechos dos diálogos”.

Até as 13h40, 33 pessoas haviam sido presas na operação. Todos foram levados para a Cidade da Polícia. Agentes estiveram em endereços na Zona Oeste do Rio. A ação também foi realizada no Piauí e na Bahia.

Camillo participou de investigações que ganharam destaque na mídia. Uma delas foi a que levou à prisão de Denis Furtado, o Dr. Bumbum. O médico foi indiciado por homicídio doloso após a morte de Lilian Calixto, de 46 anos, que passou por um procedimento estético na cobertura de Denis, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Dr. Bumbum ficou na cadeia por seis meses e depois teve a prisão substituída por medidas cautelares. Denis também teve o registro profissional cassado.

Outra investigação conduzida pelo policial foi a da agressão sofrida pela paisagista Elaine Caparróz. Mãe do lutador Ryron Gracie, ela foi espancada durante quatro horas em seu apartamento, na Barra. Acusado do crime, o lutador de jiu-jítsu Vinícius Batista Serra foi denunciado por tentativa de homicídio triplamente qualificado (meio cruel, mediante dissimulação e contra mulher por razões da condição de sexo feminino — feminicídio).

O Globo